Devo contar minha história como um tributo à minha mãe.
Desde de que me conheci por gente me vi rodeado de um pai,de uma mãe sempre carinhosos.quando fui para a es-
cola eu percebia que as mães de meus amiguinnhos eram muito jovens ,aquilo me intrigava mas nunca perguntei porque demorei tanto para nascer, ou se já se meus pais casaram já maduros,só sei que tinha algo diferente na questão pais e filhos entre eu e meus amiguinhos.
Tinha uma senhora que frequentava minha casa desde sempre,era uma senhora de posses,talves até melhor que
a gente,eu a chamava de tia porque era minha madrinha ,eu
a considerava.Minha mãe dizia sempre que se algo lhe acon-
tecesse eu iria ser cuidado por esta tia madrinha,ou madri-
nha apenas porque tia ela não era na realidade.
Bem mas nunca houve nada de ruim,nunca precisei da tal senhora.Meus pais me deram de tudo,educação,me ensina-
ram a ter sentimentos bons para como mundo. Me trans- formaram num homem digno.Aos vinte e dois anos já terminara a faculdade,já estava trabalhando como professor
e fazendo cursos de especialização.O mesmo prazer que
eu tinha em ser filho,eu devolvia para que meus pais sentis-
sem o mesmo orgulho.
Depois de uns três anos de formado perdi meu pai,foi dolo-
rido demais,e eu tive que ser o bastante forte para amparar minha mãe.
O tempo passou e a vida foi se seguindo,volta à rotina só nós dois.
Eu não pensava em me casar,tinha a responsabilidade de es
tar com ela......Dali uns anos ela caiu doente eu me doei um
pouco mais ,a doença era séria mais,e eu sabia que pela medicina era questão de meses.Tive que ser muito forte,fingir que estava tudo bem quando nada estava. ........ eu não tinha irmã,ou irmão para dividir sofrimentos.
Não estava sendo fácil .Uma certa manhã no hospital ela estava muito febril,mas sempre consciente,conversávamos muito mas naquele dia o assunto dela era incoerente.
Ela dizia que ela era minha mãe mas eu não tinha saído de dentro dela.....eu nada dizia.....só escutava ......e nada ...
só achava que era delírio e não dava importância......mas ...
ela insistia no assunto,até que eu fingi que aceitei e respondi
que não me importava com isso,a minha mãe seria a única que conheci e amei.........ela dizia que tinha por obrigação
de me dizer a verdade,eu só respondia que a minha verdade
era diferente da dela,só ela era minha mãe.....mais ninguém
Antes dela partir me falou nome de minha verdadeira mãe..
era a tal senhora,madrinha,tia,vizinha......nada disso me en-
volveu....eu concordei com ela,dizendo está bem,descansa,
então a senhora já deu o recado,para mim aquela revelação
soava como um recado.....nenhum sentimento,mas como ela
falava sério tive que dizer que estava bem,que iria procurá-
la não prometendo amá-la pois a minha única mãe era ela.
Neste momento ela sorriu,um sorriso aliviado,saudável,um
sorriso de satisfação,de vitória......e ela se foi.................
Depois de uns dias eu procurei pela comadre,mas muito na-
tural.....não questionei,apenas disse que minha mãe fez a
revelação mas para mim estava tudo bem,nada mudou com
relação a sentimentos e que ela sempre seria para mim a tia,madrinha e vizinha..........minha mãe se foi,me ensinou
a amá-la e viver por ela enquanto de mim precisou de agora
para frente eu iria formar uma família nova,porque a minha
eu já não tinha mais........aqui presente, mas apenas no co-
ração.
E assim foi o primeiro encontro com a mulher que me deu
a luz....mas saiu de minha vida antes que eu a conhecesse.
Mãe,pai.....é amor...é convivência....dedicação é tudo me-
nos,"sangue"o DNA é a família que convivemos é quem faz
como .....surgimos não importa,o que importa para mim é como fui cuidado e amado.......pelo tal cordão umbilical fui
abandonado..........esta que seria mãe não foi e não será....
ela perdeu este vínculo no momento em que cortou este....
cordão.....foi cedo demais....então agora é tarde demais ...
....eu não posso devolver um amor que nunca tive.........eu
sinto muito comadre.......
Autora:Annaterra
