domingo, 13 de março de 2011

Eu me casei sózinha

Hoje posso contar minha história sem amargura,e com mais harmonia,ficou lá
atrás os sentimentos ruins que na época eu achava que nunca fosse passar.
Passaram-se dez anos do fato e as coisas foram se acomodando dentro de mim
Eu tinha dezenove anos e já namorava há quatro,foi meu primeiro namorado,e
eu a dele também.Nosso namoro sempre deu muito certo,ele honesto,trabalha-
dor e sempre falou de um futuro para nós dois.Ele passou em um concurso muito bom e foi morar noutro Estado mas de quinze em quinze dias vinha me
ver.Começou a pensar em casamento e já fomos nos preparando,queríamos
ficar juntos logo,mas para isso teríamos que nos casar como mandava as leis
da família e da igreja......mas a nossa também.
Assim foi,ficamos só esperando pelas férias dele para que pudéssemos cuidar
do que dependia de nós dois.Eu estava nas nuvens,fui logo escolher o vestido
já mandei separar,o casamento seria dali há dois meses.Eu não via a hora de chegar o próximo mês para que ele chegasse e a gente cuidasse do que faltava.
O dia em que ele chegaria,chegou mas ele não...........chegou foi a notícia de
sua morte em um acidente a caminho do aeroporto........o táxi em que ele vi-
nha foi pego por um motorista irresponsável que bêbado dormiu no volante e
bateu com muita velocidade no lado do passageiro...........era ele.
Eu não preciso dizer como fiquei,o que senti...........meu mundo caiu........mas
eu segui,dia após dia esperando o dia marcado e em silêncio.
Naquela data marcada fui de manhã onde escolhi o vestido e nada falei mesmo porque eu não tocava no assunto,simplesmente cheguei lá na loja e expli-  quei que ao invés de comprar eu gostaria de alugar se isto seria possível, a
vendedora concordou e eu peguei a caixa,rodei um pouco na cidade e fui a um cabeleireiro me maquiei de acordo,me penteei  fique linda,fui a um foto na
cidade vizinha,onde ninguém me conhecia,entrei e disse que gostaria de me arrumar para uma foto.Assim fiz,coloquei o vestido na hora exata que eu deve
ria estar na igreja e a foto saiu.....ficou simplesmente linda.........loucura? sim
mas me preenchia.
A partir desta ilusão de ter me casado me tranquei,fiquei num casulo,isso du-
rou meses a fio.Um dia uma amiga me convidou para ir a igreja dela,todos res
peitavam a minha dor e não tocava na ferida mas eu sabia qual era sua intenção
..........me trazer de volta a vida,e a sua fé acreditava que orações fariam este milagre.Fui uma vez me senti melhor,comecei a ir com mais frequência,ela
era evangélica e os pastores gostavam de ouvir nossos problemas,todos ali me
davam muita atenção e carinho.
Um dia acabei conhecendo um rapaz que estava no ultimo ano da faculdade  para se tornar pastor,estava como se tivesse fazendo uma residência naquela igreja para ser aprovado ou não por uma bancada,naquela doutrina só era pastor que tinha a faculdade de teologia.Ele se tornou meu amigo e muito res-
peitoso e com isso me afeiçoei a ele,passaram-se dois anos eu já estava mais solta,mais alegre,já participava do grupo da mocidade,íamos a retiros espiri-
tuais,domingos a pique-niques,era muito saudável a convivência daquele povo
Acabei me batizando depois de passar por um discipulado feito por ele mesmo,isso significava o mesmo que catecismo,sem esse entendimento não se batiza,é um aprendizado e um teste de decisão porque é muito sério a pessoa aceitar Jesus como seu único salvador,era uma decisão difícil para quem nasceu no catolicismo como eu e minha família.Para mim era a porta que se abriu para que eu voltasse ao mundo dos vivos,acreditei que era mesmo a mandado de Deus essa reviravolta em minha vida.
Me batizei,já era membro  e participante ativa do corpo da igreja.
Voltei a tocar piano,e o melhor........ para Cristo,estava  feliz.Comecei a ter saudades dele quando não vinha ministrar o culto,me peguei pensando nele,e
aquele sentimento era muito bom.Embora eu tivesse mudado minha doutrina
minha família estava feliz por mim,estava me fazendo bem o caminho tomado.
Deus é o mesmo em todos os lugares, dizia minha mãe,basta servi-lo  em suas
leis.Um dia eu ali  num banco da igreja só lendo um texto era muito cedo ainda para o início do culto,ele se aproximou pediu licença para se sentar ao meu lado e lógico que eu consenti.....daí para frente,ficávamos sempre próximos,ele acabou se declarando,e já pedindo em namoro e casamento pois
na profissão dele não se namora muito tempo se tiver certeza dos sentimentos o namoro é muito curto para evitar o pecado da fornicação.....ele já sabia a mi-
nha história,só não sabia da foto e que eu me sentia casada e não abriria mão
de ter sempre ela em minha sala ao lado do nossa foto de casamento.
Ele concordava com tudo,ele me entendia,isso me fazia ficar mais apaixonada.
Passaram-se todos estes anos,somos felizes,temos três filhos maravilhosos,mas minha foto de noiva ainda continua na sala junto com as  fotos da família.
Alguns acham loucura eu sei,outros respeitam,mas para nós aqui em casa é bem compreenssível e todos a admiram.....eu falo para meus filhos......Esta foto foi o dia em que a mamãe se casou sozinha.....












Autora:annaterra



segunda-feira, 7 de março de 2011

Pombo correio...................

Eu era a menina dos recados.Minha amiga tinha um namoradinho escondi- do  de seus pais então eu
como boa samaritana levava bilhetinhos ou recados verbais.Eu nunca
tive a curiosidade de ler as
escritas,mas no mínimo deveriam estar marcando encontros e outros....
Tínhamos os três a mesma
idade,e quando eu ia levar os tais recados ficávamos num papo só.Era um ótimo rapaz trabalhava no supermercado e estudava o cursinho a noite.A única
diferença entre nós era a socio- econômico e justo por isso eles tinham que manter segredo,pois ele era funcionário da rede de super mercados do pai dela.
Para mim isso seria muito natural mas a família dela se oporia com certeza.Era um menino educado,esforçado muito atencioso e se preparava para a universidade    gratuita no curso de Bio-médica,eu biologia e ela medi- cina só que ela ia tentar particular não precisaria ralar tanto.
Bem esse vai e vem de recados duraram meses a fio,depois ela se enturmou com uns mauricinhos e patricinhas e esfriou com a gente,era só balada,desfa-
zia dele e eu morria de dó.Eu era sua confidente,eu o ouvia colocava paninhos
quentes em suas deduções quanto ao comportamento dela mas no fundo eu sa-
bia que estava cheio de razão.
Começaram as intrigas,discussões constantes e ele até chorava,eu sabia dele
mais que ela,que era a namorada,eu me afeiçoei a ele,mas por convivência e
amizade verdadeira.
Um dia ela terminou com ele,eu já esperava,pois estava muito envolvida com
outros rapazes só que desocupados,muito diferente daquele que a amava de
verdade.Eu fiquei na linha de fogo,ele pedia para eu falar com ela e eu falava
usava todos os meus argumentos mas a ultima resposta que tive dela me desa-
pontou muito.Ela disse para mim que já que tinha tanta dó poderia ficar com ele......eu fiquei tão sentida mas,nada falei nem com ela e tão pouco para
ele.
O vestibular passou,e a expectativa  era da notícia era grande.Chegou o dia D,
ele conseguiu,eu fiquei tão feliz e depois vi que também eu entrei,mas ela
não entrou nem na particular.........essa era a conseguência das baladas e da turminha que nada queria da vida.
Neste ponto nos separamos pois éramos agora da universidade e não podía-
mos estar sempre em contato.Ele e eu nos víamos todos os dias,e o dia todo juntos.
Esta vitória para ele fez com que esquecesse um pouco dela,seu objetivo estava alcançado e no no fundo eu acho que ele sempre quis mostrar à família dela seu potencial.
Eu me identificava tanto com ele,nossos gostos,nosso modo de ver e encarar a vida......começamos a nos encontrar fins de semana para estudar,tínhamos de nos prepara para a vida e talves por isso ela não se esforçou....a dela já estava ganha.Mas que ela ficou com vergonha de não ter entrado....ah isso ficou sim....
Um dia ele me convidou para assistir uma paslestra no bloco dele,eu fui e nes-
ta noite ele se declarou para mim....... sabe que não fui pega de surpresa?pare-
que eu esperava por isso à muito......eu já gostava dele mas sempre respeitei
seus sentimentos.Ele me explicou que reviu tudo dentro dele e sentiu que ha-
via um sentimento morto dentro dele e outro já florido sem que ele tivesse da-
do conta.........eu respondi que sempre o tive em meus pensamentos mas a éti-
ca moral,a fidelidade de amigos não deixava  que o sentimento tomasse conta de mim......mas agora.......eu poderia deixar fluir tudo que sentia por ele desde
que era seu pombo correio................estamos muito bem...............graças a mi-
nha missão de pombo correio...........












Autora:Annaterra

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Água e vinho......mas somos gêmeas

Sou gêmea,teríamos que parecer uma só,como estes botões de rosa,e como diz o povo um parzinho de vaso....não foi assim,não nos parecemos nem na
personalidade,de maneira alguma.Para começar eu nasci muito frágil e raquí-
tica,fiquei na encubadoura muitos dias para conseguir sobreviver,ela já foi para casa toda formosa.
Ainda hoje,continuo raquítica,tímida,retraída e feinha,não vivo de ilusões com beleza.Minha irmã é belíssima,desenvolta,rodeada de amigos.Ela sempre
confiou em sua beleza e nunca foi dada aos estudos.....namorado um atrás do  outro e eu voltada aos livros talves fosse o que me restasse,mas na verdade sou  muito inteligente"modéstia parte" e adoro estudar.Ela por sua vez fez na
marra os cursos necessários.
Nos damos muitíssimo bem desde pequena,jamais a invejei,não tenho senti-
mentos ruins para com ela,muito pelo contrário,amo muito e quero que seja
muito feliz.
Eu não sonho com príncipe encantado,estou voltada para minha carreira,já
fiz pós em administração e fiz também a graduação em Economia,sempre
com ótimo desempenho que quero chegar a PHD,leio muito ocupo minha mente a ponto de não sobrar espaço para sonhar.As vezes fico pensando que
ela deveria fazer um futuro pois todos sabem que a beleza se vai,e a cultura
o seu conhecimento ficam e te abri portas para o futuro.
O consolo do feio é que ele não sentirá os anos levando sua  beleza.....já não
tinha mesmo,e eu não tenho vaidades portanto serei sempre eu,mas como uma bagagem de conhecimento invejável.Não ajo assim por despeito,por competição,não,eu gosto de ser intectual acho muito chique,meus amigos são
pessoas com conteúdo e os dela tão vazios,para mim não serve.
Bem minha história ainda não  a acabou ela procura por uma amor e eu procuro por um lugar ao sol dentro de minha meta que é ser uma doutora com
tese defendida.O que espero da vida?Ser conhecida mundialmente pelos meus méritos,pela dedicação à cultura e conhecimentos,já estou sendo convocada 
a dar palestras nas faculdades e me sinto tão feliz,tão realizada.A parte amo-
rosa deixo para o acaso,vou encontrar alguém que me veja por dentro e ame
meu intelecto,e consequentemente vai me achar bonita porque é bem por aí.
A beleza vem de dentro,as pessoas te conhecendo melhor vai te olhando com
outros olhos,e eu tenho tanta certeza disso e sei que quando isso acontecer 
essa pessoa será de meio meio cultural,alguém admirável e que pensa como eu.Amo minha irmã não concordo com muita coisa que ela faz com sua vida
mas como já disse......somos água e vinho......nada a ver uma com a outra.










Autora:annaterra  

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ele só pensou em meu futuro.......ou uma boca a menos?

O início de minha vida ,para a época era muito natural,mas nem todos tinham final feliz.
Hoje existe este tipo de vida e situações nos sertões no norte e nordeste,ainda existe uma vida já vivi-
da por mim há anos,mas nossa região já não se vê mais histórias assim.O progresso chegou e as men-tes acompanharam seu desenvolvimento.
Bem vou narrar meu início,para que entendam como tudo se passou.Éramos colonos,como tantas outras famílias,a fazenda era muito grande.Não passávamos fome porque tudo que plantava dava,e os
empregados trabalhavam a troco de um teto,um pedacinho de chão para plantar o que quisesse.Não tinha como tentar sair daquela vida ,para aventurar atrás de algo melhor noutro Estado ou cidade.Na
fazenda tinha uma vendinha que alí todos tinham sua cadernetinha para comprar suas necessidades.
Todo mês na hora do acerto ficava um resto para o mês seguinte,com isso a gente se prendia ao fazendeiro a ponto de não ter outra opção,bom ou ruim era ficar quieto,e até hoje não sabemos se de fato a contabilidade destas comprinhas foram verdadeiras ou não pois ninguém tinha leitura,como con-ferir?e mesmo que tivesse alguém letrado como ousar duvidar?Essa era a nossa vida.Não éramos infelizes não,para a gente a vida era assim mesmo,e assim caminhávamos,pai,mãe e todos alí tinha no
mínimo onze filhos.Eles achavam que era a vontade de Deus....mas o que acontecia com os ricos?ou
eram inteligentes ou não eram férteis pois tinham no máximo dois filhos,e já na adolecência vinham para a cidade resolver o futuro nos melhores colégios e seguiam seus rumos virando doutores.
A mentalidade dos pobres era de que mulher nascia,crescia,casava e procriava e os homens  nascia
crescia e lavrava.
Um dia a dona da fazenda foi falar com minha mãe se ela me dava para ela,o interesse era que queria
uma companhia,e eu era a idade ideal pois com onze anos ainda não tinha a malícia e nem era criança
para dar trabalho.A proposta era que eu fosse ,e ela me teria como filha e me estudaria para professo-
ra.......isso soava tão bem para os pais era um luxo falar em professora.Bom, eu estava  depois de uns sete e antes de uns cinco,meu Deus quanta boca............ Para mim tanto fazia,naquele tempo a voz e a
decisão  dos pais era a voz de Deus.A gente simplesmente obedecia.Não achei ruim não.mas cheguei a pensar que meus pais não me queriam mais.Mas eu gostava da mulher era dada e não era soberba,co-
mo tantas outras.Esse tipo de negociação era tão comum,e a gente continuava a ter contato com os
familiares.
Eu me fui,de fato fui ter uma vida muito diferente daquela que meus irmãos tinha,a mulher era mes-
mo uma mãe para mim,me ensinava escrever,bordar,cozinhar e até tocar piano.Me ensinou a tratá-la de tia.......sabe que no início eu fiquei chateada mas depois vi que tirei a sorte grande......Fui para o tal melhor colégio, fiz o clássico,o normal me tornei a tal professora com muito mérito,dei orgulho a tal minha tia,fiz amizades
ótimas enfim.......me fiz na vida graças a atitude de meu pai tão sem compreensão e a bondade desta
senhora,que depois que eu fui morar com ela meus pais e irmãos tiveram uma vida muito melhor,ela os
amparava pelo grande favor.Foi um erro que deu certo para meu pai para mim enfim para todos.
Neste ambiente de paz,etiquetas,cultura eu acabei conhecendo o médico da família e me casei muito bem ,me tornei uma dama,coisa que se ficasse alí onde estava me tornaria uma lavadeira e escrava do
marido.
Tive a felicidade de ter três filhos e poder dar a eles uma vida digna e progressa,nada foi por acaso,se
meu pai pensou assim ou assado ......obrigado pelo seu pensamento meu pai......sou uma mulher realizada.......








Autora:annaterra

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O SOL NUNCA BRILHOU PARA MIM.......

Annaterra....preciso que você poste este meu desabafo,este  relato,é como se eu estivesse escrevendo no meu diário.....aquele que eu tinha quando ainda  era uma jovenzinha  cheia de planos e ilusões.
Aos setenta de três anos revejo minha vida....ao longo desta vida não me lem
bro de ter colhido flores....alguns botões sim.....mas muitos espinhos,a vida me ofereceu.....as vezes me pergunto.....o que vim fazer aqui?o que a vida pretendia comigo.....me magoar?Veja bem,aos onze anos perdi minha mãe e
era filha única,logo veio uma madrasta carrasca.portanto não tive infância,ela
me foi roubada quase que completamente.
Meu pai sempre ausente e ouvindo a versão madrasta....com quem eu falaria?
com um diário muito bem escondidinho.
Adolecência foi trabalho excessivo,nada de amiguinhas ou passeios.Era mes-
mo muito triste minha vida,um sorriso estava a espera do momento que nun-
ca aconteceu.....as lágrimas não davam trégua.
Ao me tornar maior de idade fiz outra bobagem com minha vida,me casei com
o primeiro peão que passou por mim e sorriu....era fuga,eu já sabia que não   
podia  dar certo,eu não sabia amar,não conheci o amor nem fraterno......já
sabendo dessa loucura que fiz para fugir de casa eu não quis filho,logo nos
separamos e com o que me era devido da parte de meu pai que já havia fale-
cido comprei um sitinho e fui viver só...sempre só.....
Eu não aprendi a gostar de ninguém porque não fui amada como poderia amar,
este verbo eu não sabia conjugar....
 Fui ficando mais velha e já fui tendo um outro sentimento....o medo,medo de
morrer só....Vendi tudo e fui para este lugar que vivo.....uma casa de repouso
aqui pelo menos eu tenho afazeres,companhia mas não confiança nas pessoas
a ponto de falar de sentimentos e vida.Eu não aprendi isto.....As vezes penso
eu poderia ter tido filhos pois agora estaria com eles....mas ao mesmo tempo
vem o ponto  de interrogação...será?quantos aqui tem meia dúzia de filhos queos deixaram e nunca vem,e outros aparecem ,no domingo,não... é melhor não ter tido,seria mais uma tristeza se achando "o trapo",essas pessoas aqui tem muita mágoa não da vida mas dos filhos.....isso é bem pior,pelo menos eu tenho uma desculpa....realmente não tenho ninguém por mim e nunca tive,não sei o sabor.Eu não provei o sabor de muita coisa.....da própria vida.....que gosto tem Annaterra?a minha só teve espinhos,só se as rosas eu terei  no último dia que estarei na terra.....Desculpe a amargura....mas não posso pensar nem agir diferente....a vida passou e eu fiquei olhando sem provar seu sabor...
Mas sei também que ao ler mminha história,minha filosofia de vida....muita gente neste mundão de Deus vai se identificar....














Autora:annaterra

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ele quase me casou...........................

Minha história não é inédita mas curiosa e interessante,adoro minha vida......Desde menina eu sempre fui muito fiel aos meus princípios religiosos.Nunca faltava aos domingos à missa,fazia questão de agir confor-
me a palavra dita pelo padre,me confessava porque era obrigatório para poder receber a comunhão mas
tinha certeza de que não tinha do que me arrepender a ponto de me confessar e querer me redimir.O padre
talves nunca tivesse acreditado em mim,pois eu só dizia eu não pequei esta semana....ele só dizia então vá em paz,que ele duvidava de minha palavra isso é certeza....mas eu realmente era uma menina acomodada cuidava de meus deveres e obrigações.Meus pais não tinham de que se queixarem de mim.
Aos dezoito anos conheci um rapaz na igreja mesmo,eu já tinha visto por várias vezes mas conhecer e conversar foi nesse dia.Eu não sei se é porque nunca tinha ao menos paquerado antes, eu me deslumbrei pe-
lo rapaz.Era gentil,fino e educado e a maior qualidade....era devoto e beato tambémkkkkkkkkkke bonito
demais.
Um dia ele me pediu em namoro e aí começamos a namorar,eu me sentia nas nuvens,acho que ele também.
Foi de agrado de ambas famílias e tudo bem,foi um namoro sem tumulto,tranquilo até demais,tudo muito
certinho.....estava ficando até chato,não tinha briguinhas,o que é muito natural os gostos eram iguais,eu sei
que estávamos parecendo irmãos. Ficamos noivos e já marcamos o casamento para o próximo ano para dar tempo para prepararmos tudo.
Bem enquanto isso a igreja trocava de padre periodicamente,a gente fazia parte do corpo da igreja,e tinha
um contato direto com as resoluções e os entra e sai de padres.Ficamos tristes com a saída do nosso confiá- vel  e doce padre ,mas ele ficaria na cidade mesmo,só que em outra paróquia...........Fomos conhecer o novo padre,quem nos apresentou foi o nosso já antigo......gente quando o vi senti algo que nunca tinha senti
do dentro de meu peito ,parecia que tinha caído um balde de gelo.....eu me surpreendi.......mas com que?
não sei.....aquele dia se me confessasse teria que rezar muitos padre-nossos para pagar meu pecado.....eu
não me contive....eu me encantei ....foi sem culpa....foi coisa de Deus......só pode,imaginem que falta de res-
peito eu não devia....era um padre....
Bem tudo passou,a vida continuou,de vez enquanto sem querer nossos olhos se cruzavam e se liam....olhem
que pecado.Eu tinha certeza do que liam,mas jamais deixariam que os lábios falassem.Eu procurava não pen sar nisso.
Agora tinha o que confessar,e era grave......mas não com ele,eu ia na outra paróquia me confessar com meu
velho amigo.Ele me aconselhava e desviar o pensamento,pois não era certo.Mas sempre me sentia mais fe-
liz depois do desabafo.Nas festinhas da igreja eu estava sempre conversando com o "anjo"que surgiu na mi-
nha pacata vida.Vejam minha situação....amar o impossível.
Minha vida passou a ter mais sentido a partir daí,era muito rotineira e ordeira,aí veio o "anjo"e bagunçou tudo....era bom ter esse sentimento oculto.....mas os meses se passavam e a data do casamento chegava.Eu
realmente cheguei a conclusão de que casar seria loucura ,mesmo que eu não fosse jamais me entender com
o homem que eu encontrara.Eu precisei ter uma conversa franca e sincera com meu noivo......Deus abençoo
este momento.....foi tão bom....ele parecia se sentir aliviado,sabe....um pássaro saindo da gaiola?eu o vi assim.Meu noivo também se achava encurralado com esse casamento só que jamais diria.....ele me confes-
sou isso,ele disse que me queria muitíssimo bem mas não para esposa ...nos tornamos otimos amigos.
Minha aproximação com o padre foi fatal,onde ele ia eu estava,nossos olhos continuavam a se cruzar e a conversar...Um dia num momento oportuno ele me falou.....!se eu não fosse padre você se casaria comigo?
eu tremi nas bases,aí os olhos deixaram que os lábios confessassem......sim.....te amo desde que te vi....eu
respondi.
Ele simplesmente me disse_ então era só isso que eu precisava saber....Ele se foi.......eu fiquei grudada no
chão,e ao mesmo tempo aliviada daquela confissão literalmente uma confissão....
No dia seguinte,não apareci nos lugares costureiros,mas o "anjo"me ligou,e explicou que tinha dado entrada nos papeis de renúncia de voto,e que era um trâmite um tanto demorado mas que assim que estivesse quites com a palavra que tinha dado a Deus ele iria me procurar e nos casar.
Assim foi,tudo calmo,tudo tranquilo,todos apoiaram e hoje somos um casal feliz,continuamos muito fiéis à
Deus e muito mais por tudo que nos preparou,somos pais de um casal de gémeos,e não pedimos mais nada
ao Pai......apenas agradecemos todos os dias......principalmente por ele não ter deixado que meu marido
me casasse.....kkkkkkkMas ele sabia de todas as coisas......e sempre vai saber.........kkkkkkkkkkkk











Autora:annaterra



domingo, 30 de janeiro de 2011

Esperei em silêncio........era um amor platônico.....

Eu era apenas um garoto de 12 anos,tinha uma vizinha amiga das minhas irmãs,ela tnhi uns 22anos......era simplesmente linda ao meus olhos.Ela me tratava como criança lógico,tinha um carinho especial por mim.
Por minha vez eu sentia por ela algo mais que este sentimento que ela me dedicava.Eu nutria por ela uma paixão,mas que para mim era definitiva.....Eu guardei para mim,era eu e eu......Eu fui crescendo,não me interessava por ninguém,paquerava muito mal com algumas garotas,mais por sair dos apelidos que me davam os amigos,achavam e me rotulavam de não ser homem.....isso me feria,pois dentro de mim curtia um amor platónico.Nunca tive esperanças,era uma fantasia que me alimentava....esta paixão me sustentava e me fazia dormir em paz....Nunca ninguém percebeu.
Um dia soube pelas minhas irmãs que ela iria se casar,logo recebemos o convite,para mim foi uma punhalada
esta noite chorei muito....não de inveja,revolta,eu desejava sua felicidade,mas de dó de mim em sonhar tão alto...Bem os anos se passaram a gente continuou com a mesma amizade,ela teve o primeiro filho eu ia visitar com minha mãe ou minhas irmãs,eu tinha aquela criança como um filho,vi seudesenvolvimento,ajudava ela cuidar,seu marido era muito bom ,me via como um vizinho solícito.Eu me realizava cuidando daquele menino,logo ela teve outro,continuei ajudando nas horas vagas eu pegava as crianças e levava para dar uma
volta e aquele afeto foi aumentando eu os tinha como meus e eles a mim.
Ela teve três filhos e eu sempre presente nos melhores e piores momentos,ela até me confidenciava certos assuntos pessoais.
Eu fingia a todos que tinha uma namorada fora,para evitar desconfiança da minha masculinidade,.isso pesava
Nossa grande amizade não levantava suspeita a ninguém, pois era de muitos anos e de muito respeito.
Certa manhã ela passou por um momento muito difícil e também nós.....teve notícias de que  seu marido havia tido um enfarto fulminante durante o trabalho,embora jovem......eu a vi  numa tristeza,num desespero que sofri junto e queria tomar suas dores para que ela não sofresse.....como se isso fosse possível........
O período de luto durou uns dois anos,e eu sempre lhe dando o ombro amigo,mas do fundo do coração eu não me gabava disso,apenas me sentia útil e solidário.Quem ama de verdade quer a felicidade do outro.
Nosso carinho foi aumentando gradualmente e recíproco,por carência ou não eu senti que ela se apegou a
mim,contava comigo para suprir a ausência do pai para com as crianças,mesmo porque eles já tinham um apego muito grande em mim e eu neles.Ela foi se acalmando,foi aceitando o fato de que ele não voltaria mais
parece que já estava bem,tocando sua vida mas sempre me procurando para ajudá-la com os filhos e os negócios no sentido de orientação.E a amizade foi se  estreitando,um dia ela me convidou muito sutilmen-
mente e explicando a diferença de idade,que se apaixonasse por ela pois estava vendo em mim a única pes-
soa digna de entrar na vida dela e de seus filhos,que eu os considerava meus......mal sabia ela o qto esperei por isso......eu nada respondi.....pedi um tempo......eu precisava me beliscar,precisava ter certeza da reali-
dade dos fatos.
Atualmente já faz quatro anos que nos casamos e somos uma verdadeira família.Eu sempre quis isso mas
nunca pensei nesta possibilidade,sou feliz e a faço feliz juntamente com meus filhos do coração.....














Autora:annaterra