terça-feira, 10 de abril de 2012
domingo, 25 de março de 2012
Minha vida nas mãos de Deus......
E foi assim que cheguei até aqui.......as vezes paro para rever minha vida e desa-credito que atravessei céus e mares,só Deus assistiu a tudo e me pegou no co- lo,com certeza.A minha vida virou de ponta cabeça quando aos dezesseis anos me apaixonei caí como um patinho nas garras de um mau caráter.Eu namorava escondido,meu pai nem podia sonhar,era rígido e tinha lá as razões dele,hoje sei disso. .Bem esse namoro deu errado,quando dei por fé estava grávida e ao contar para o sujeito me ví sozinha com o baita problema.Meu pai me colocou para fora de casa,minha mãe não pode fazer outra coisa senão chorar e me abraçar e pedir que e fosse com Deus.Ele me acompanhou mesmo.Fui com a passagem comprada e uns trocadinhos para comer na viagem. A cidade grande me esperava.....eu era uma criança perante a vida,o que fazer?que rumo tomar?mas eu tinha que assumir minha responsabilidade.Todos os meus pensamentos de solução eram guiados por Deus Durante a viagem me bateu um pensamento,cheguei na estação e pedi ajuda para falar com alguém, pois estava perdida,foi o que me salvou,a pessoa que me recebeu disse receber vários casos como o meu,eu estava perdida da própria vida eu não sabia o rumo eu tinha medo......A moça me deu um endereço e ainda ligou lá para virem me buscar,eu não tinha outra escolha se não confiar,e eu confiava nas idéias que Deus estava me dando,embora eu não me achava merecedora de sua piedade,eu havia pecado.Enfim cheguei no lugar,era uma casa que acolhia jovens grávidas sem teto ou família como apoio ,essa era eu,eles me explicaram que me apoiariam até o bebê nascer e mais três meses até então eu teria que arranjar meios de sobrevivência pois dariam oportunidade para outra jovem que por dia eram muitas,infelizmente haviam várias tontas feito eu que tinham que abandonar um lar gostoso por ter acreditado no tal amor de um cafajeste.Os meses se passaram eu dava notícias para minha mãe que coitada não podia fazer nada por mim só rezar,eu ajudava na casa em todos os setores e trabalhava com muita vontade,pois era muito agradecida á esta casa que me acolheu.Eu era feliz,tinha companhia,um ambiente bom ,tinhamos reuniões tanto para falar de nossos planos para o futuro que envolvia se ficaria com o bebê ou não,eu não sabia como faria mas jamais pensei em doar meu fllho.Eu entregava a solução sempre ao meu companheiro "Deus".......O bebe nasceu era um menino,avisei minha mãe que precisava saber. Um mes depois , um dos diretores da instituição me chamou e falou se eu não aceitaria trabalhar na casa dele,aceitaria o bebê,eu moraria lá e cuidaria também dos seu trés filhos,só babá,me faria um pagamento e deixaria eu estudar á noite se quisesse,a outra empregada que dormia também na casa olharia meu filho.......gente que proposta,eu não estava em condições de duvidar de tamanha caridade,eu tinha que pagar para ver.....e fui.....,sua esposa,uma pessoa boníssima e disse que eles sempre faziam assim,e quando arrumavam a vida de uma ,eles traziam outra tudo por ser gratificante,mas só faziam assim quando sentiam que valeria a pena,então eu mais ainda provaria meu agradecimento e faria tudo para me arranjar e dar a oportunidade para outra infeliz. Terminando,......hoje estou bem,muito bem,minha mãe mora comigo,estudei graduei,sou professora na universidade,meu filho está com doze anos é um ótimo garoto,sou pai e mãe,e penso em ter um marido,quando tiver a capacidade de amar de novo,aí vou saber a quem dar meu amor,minha confiança.Tenho contato com a família que me ajudou e dizem ter muito orgulho de mim,eu acredito,pois fiz tudo certinho .Meu pai faleceu sem ver o neto,mas eu nem liguei pois ele não queria ver mesmo mas falo dele para meu filho com muito respeito e carinho também,eu errei o erro dele foi a consequência,eu o provoquei.
Somos felizes mas dia nenhum deixo de agradecer á Deus pois tenho absoluta certeza que me abraçou e me levou para o caminho das flores,talves porque eu todos os dias erguia as mãos ao céu e lhe entregava a minha vida......e ele toma conta porque eu permiti,não imagino nossa vida sem a proteção dele......
Autora: :annaterra
segunda-feira, 19 de março de 2012
Eu brinquei com a vida......agora é tarde.....
O arrependimento e a triste incapacidade de não poder voltar e mudar minhas atitudes me sufocam cada dia!
É assim que me sinto ao olhar para trás,tive tudo mas fiz tudo errado,eu vivi um presente inconse-
quente.Vou detalhar minha vida para vocês.....
Me casei com uma ótima moça,não tinhamos nada em se falando de bens e condição financeira.De-
cidimos juntos montar um escritório já que éramos formados em contabilidade e a vida nos sorriu,
ela determinada,trabalhadora e a medida que íamos crescendo ela preferia levar serviços para ter-
minar em casa do que contratar funcionários.Ela dizia que não era mesquinha apenas queria um futu-
ro brilhante.
Eramos amigos,cúmplices e lutávamos juntos,as crianças vieram e ela colocava em creches da pre-
feitura embora pudéssemos pagar,mas ela dizia que era bobagem e que as crianças eram igualmente cuidadas.Foram crescendo e sempre escolas públicas, nossa casa era modesta mas confortável era
assim que ela queria,dizia para que esbanjar se podemos comprar uma segunda casa para fazer fonte
de renda ,a luta dela era maior que a minha,chegava do trabalho e tinha os afazeres da casa mas nun-
ca reclamava,dizia que só iria descansar quando estivéssemos em terra firme.
Todo més ela colocava um bom dinheiro na poupança,mas sem deixar faltar nada em casa,mas não se importava com o supérfluo.Eu deveria ter seguido seus passos,era uma heroína que qualquer homem
gostaria de ter.
Quando as crianças já estavam no primário,os negócios iam muito bem graças á falta de luxo e vaida-
de de minha esposa,eu deixei que o sucesso subisse á minha cabeça,comecei sair do escritório e ir pa- ra bares bem frequentados,quero dizer caros,dali comecei a seguir os amigos para farras,chegava de
madrugada, comecei a mudar meu comportamento em casa, e nem parei para pensar o quanto estava
fazendo minha família sofrer,as crianças já tinham percebido a minha mudança,eram duas meninas e
um menino,eles sentiam falta de mim,quando eu chegava eles já estavam dormindo,mas só hoje vejo
assim......e assim minha esposa me suportou por anos,até que pediu o divorcio dizendo que me ama-
va mas que eu ia acabar destruindo todo nosso patrimônio de tantas lutas,aquela separação para ela
era um mal necessário.
Eu aceitei sem resmungar pois estava gostando da vida ordinária lá fora.Mas na partilha até que usei
bom senso,deixei a poupança com ela só dividi mesmo os imóveis.
Ela continuou tocando o escritório,eu montei um para mim,ficamos amigos,ela acabou se associan-
do com um amigo de faculdade mas era amigo em comum da gente,era um rapaz bom e ainda estava
solteiro,meus filhos tinha uma grande afinidade com ele.Para encurtar a história dali trés anos eles se
casaram e eu continuei minha vidinha de solteiro só gastando Eu visitava as crianças no domingo mas
logo fui parando pois no domingo sempre estava de ressaca.Eu não me dei conta que estava cavando
minha própria cova,enquanto a família que eu contrui estava me esquecendo e subindo cada vez mais.
Fui perdendo tudo e a vontade de trabalhar também,fui morar com minha mãe e vivia de renda eu não
parei para pensar que se a gente tira e não repõe um dia acaba e acabou,e com isso acabou amigos de
orgia,clientes já não confiavam mesmo que eu abrisse novamente o escritório.Eu estava perdido.
Meus filhos já estavam mocinhos mas já tinham transferido o amor para o outro pai que reconheço,
foi presente na vida deles,participante e companheiro,não posso achar desculpas para meu desalento,
só eu era culpado.A esta altura eu era sustentdo pela minha primeira família,pais e irmãos,mas o pior
estava por vir,o que mais me doeu e me chamou para a verdade.......Minha filha se casou e me convi- dou como um parente próximo,apenas isso....quem ela escolheu para levá-la ao altar foi a pai que a criou.
Foi neste dia que cai em mim....chorei,pela primeira vez dei de cara com minha omissão como mari-
do,pai e homem.....eu falhei e não podia jogar a culpa em ninguém,eu vivi intensamente mas era uma
ilusão.........perdi tudo de bom dei de mão beijada para outro,o que fazer?apenas me arrepender.......
a felicidade passou por mim e eu confundi com momentos felizes não felicidade garantida, um lar que
sempre me quiz.
Hoje estou aposentado,solitário e provando de meu próprio veneno........a única coisa que me resta e
poder ser um conselheiro e levar minha atitude diante da vida ao conhecimento de pessoas que estão
começando a vida para que nunca se espelhe em mim,sou um exemplo para não ser seguido, o que me
segue é apenas o arrependimento......
Autora:Annaterra
terça-feira, 6 de março de 2012
Eu tenho que crer no destino.....
Bom, começando lá do passado eu posso dizer o que ouvi de minha mãe,ela conta que morávamos nes-
ta mesma fazenda e que no dia de meu nascimento o que era feito através das parteiras da colonia,ela
estava só e a dor veio de repente e ela começou a gritar de dor e por ajuda,ela não esperava que por
alí passava um médico que era filho do fazendeiro,ele não era formado ainda mas para socorrer alguém
não pensou duas vezes em adentrar a nossa casa e ver o que ocorria.
Minha mãe conta que ela teve que deixar a vergonha de lado e aceitar sua ajuda e foi assim que nasci.
Deu tudo certo e ele se foi percebendo o contrangimento dela,no dia seguinte ela mandou que uma vizi-
nha mocinha escrevesse uma carta agradecendo o moço e levasse até ele.Mal sabia ela que aquela carta daria início a um grande amor entre a menina e o moço.....os dois bem feitores.
Hoje estou aqui para contar a sequência desta hitória....eles se casaram com um namoro muio rápido
como era de costume e um filho muito rápido também pois o lema era procriar......
Eu cresci alí,eles foram para uma outra cidade pois o moço se formou e foram fazer vida na cidade grande.
Eu cresci muleca e só fazia subir em árvores e correr pelo campo,era muito feliz,era como um pássaro.
Um dia esta molecagem minha deu confusão,correndo sem olhar onde pisava,e sempre empoleirada nas
porteiras eu pulei e foi cruel......pisei muio forte num prego enferrujado.....meu Deus que dor.....e que perigo.As pessoas naquele tempo curava tétano com fumo mais urina,era tanta porcaria que usava ,mas funcionava......Estou eu lá de castigo com o pé enfaixado,mas na frente de casa doida para sair pelas matas para fazer minhas artes,isso eu já tinha meus dezoito anos,mas eu só queria viver,não tinha ilusões,não tinha malícia,nem pensava que um dia iria me apaixonar e me casar e deixar aquela vida para trás.
Bom voltando,estou eu lá e passou um rapaz e perguntou o que eu tinha no pé,eu falei e ele disse se poderia ver,eu disse que não e para que ele queria ver,ele me explicou que fazia medicina e poderia estar me ajudando porque aquilo era perigoso.Eu disse não e ele foi embora....
Eu contei para minha mãe e ela disse qu eu poderia ter deixado porque era moço sério e filho de sua amiga.
No dia seguinte ele voltou e já não falou mais comigo,foi alertar minha mãe da seriedade do caso.Ela por sua vez me chamou e pediu que deixasse ele examinarmeu pé,e diga-se de passagem estava imundo, só andava descalço.Fui lá perto do poço e lavei o pé e vim......sabe que aí fui reparar no rapaz?era um boneco de louça,eu nunca tinha me dado este luxo de reparar em algum moço com interesse.e .....Bem ele examinou e disse que ia falar com o professor para receitar e traria o receita e disse que nem precisava comprar que ele traria pois tinha na cidade.
No dia seguinte veio trouxe,nos outros seguintes dias vinhsa ver meu pé.....por fim passou uns tempos pediu minha mão...........
Eu gostei,ai ...como eu queria mas precisava ordens de minha mãe, pois meu pai já tinha falecido e ela tinha cuidados dobrados com a gente.
Minha mãe me chamou e disse, que ele é um moço bom,conhecido,pois ela que arranjou sem querer o
namoro dos pais dele e atraves de mim mas ele é dois anos mais novo,e isso para época era um caus.
A esta altura eu tinha vinte e dois e ele vinte,mas ele demontrava estar bem apaixonado,todo fim de semana estava lá e me enchia de presentes e palavras boas e lindas.Eu me apaixonei,quanto á posição dele não era problema pois era de familia rica e humilde e não ligava para posição social,tanto que o pai dele tinha se casado com a menina da roça também.Quanto a isso minha mãe não ficou com medo,as mães ainda eram amigas,aliás a mãe dele devia obrigação para minha porque graças ao meu nascimento ela achou o grande amor e que perdurava para sempre,eles se amavam muito e desejavam felicidades aos filhos tambem.
Conclusão, nos casamos somos felizes temos tres filhos,a medicina nos persegue porque tenho um para ingressar e os outros dois também escolheram áreas parecidas,dentista e enfermagem padrão.Somos felizes,e na verdade tudo começou com o meu nascimento.Foi coisa do desdino não foi?.......
Autora:Annaterra
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
O pão nosso de cada dia.....eu nunca desisti.....
Minha história é longa,então vou contar uma das passagens,que marcaram e foram muitas,
de vez enquando vou contar uma.Hoje não faço mais da vida um sacrifício,não preciso,tra-
balhar mas faço porque gosto,minha luta já acabou,hoje só agradeço ´Deus por ter me tra -
zido até aqui e ver os frutos de minha luta pela vida.
Eu tive cinco filhos e um marido inerte perante á situação,nunca se preocupou se faltava ou não
o pão para seus filhos.Eu sempre que corri atrás,trabalhava os sete dias da semana para dar conta
das necessidades e assim mesmo era tudo muito regulado.Mas o pão nosso de cada dia eu não dei-
xava faltar,ãs vezes quando ia faltar algo de bom acontecia e o pão aparecia.
Eu nunca pude contar com Deus e o mardo juntos,apenas Deus,abaixo dele eu e a minha fé,e a res-
ponsabilidade de cinco vidas.Nem a crianças contavam com ele,era como se não tivessem pai.
Foram muitos e muitos acontecimentos,uns muito tristes na maioria das vezes,outros muito diverti-
dos, mas para mim tudo era alegria, eu nunca desanimei, eu só vivia rindo, as pessoas que me
conheciam sabiam levava ficavam bobas de ver como eu encarava tudo aquilo.
conheciam sabiam levava ficavam bobas de ver como eu encarava tudo aquilo.
Não entendiam meu sorriso,eu chegava em casa cansadissima,quem me esperava,.....um marido be-
bado disposto a arranjar confusão para poder me agredir........eu fui aprendendo a não dar bola pegava as crianças e íamos para um quarto e eu contava para eles meu dia......que dia....mas eu floreava,co-
loria, todo esse dia e eles se desmanchavam de rir,essa era minha força,este era o motivo de meu sorriso.
Tudo ficou para trás,mas tenho que contar esse dia e seria trágico se não fosse cômico.
Numa certa manhã eu não tinha compromisso,e com isso não tinhamos mistura,o pão e o leite,por-
que eu trazia o sustendo do dia seguinte.Mas de repente chegou um recado de uma senhora que preci-
sava de mim.Eu recebi com alegria a convocação pois estava a salvo, meu jantar e o dia seguinte.
Cheguei lá não era faxina,nem roupa,era diferente,ela me pedia que limpasse a caixa de gordura........
eu era pau para toda obra,mas a danada nem me deu uma luva,eu enfrentava tudo mas aquela caixa
estava um podridão.....mas eu limpava pensando nas minhas crianças esperando a mistura da janta......
vamos colocar os valores atuais,eu tinha que levar para casa vinte reais,era que eu contava para
nossas necessidades.Terminei aquela imundice era fim do dia......mas sempre alegre.A patroa veio
inspecionar gostou entrou para dentro e me trouxe um maço de macarrão.....eu não escondi ,minha decepção.....acho que ficou estampado em meu rosto.....minha vontade era tacar na cara dela mas banquei a firme e ainda agradeci.Fui embora,era longe,fui caminhando e com muita pena e mim,as
pessoas passavam eu ria mas só eu sabia o que estava dentro de mim.....humilhação,uma sensacão de
ter sido usada,enganada.....mas minha fé não foi abalada....ia passando por um pontilhão e nisso co-
meçou do nada um vendaval terrível,quando olhei para o poeirão levantando com ela voava dinheiro
muitas notas,eu parecia estar vivendo um sonho,eu fui catando o que pude,muitas notas caíram no rio,mas eu peguei muito e logo passou o poeirão veio a calmaria e olhei no chão tinha uma maleta..... dali que saiu tanto dinheiro,alguém tinha perdido.....eu enfiei tudo lá dentro fechei e levei para casa.
Chegando lá meu filho ja´foi logo procurando saber de quem era para ir avisar.....mal sabia ele que poderia pelo menos ser nossa janta...mas eu também fiquei de acordo lógico,era o certo, era muito,mas
muito dinheiro,eu nem queria aquilo tudo.....achamos os documentos e o endereço,meu filho foi no ore-
lhão e ligou para a polícia que localizou o dono.
Ele veio e era um empresário de sucesso mas se eu ficasse com aquele dinheiro todo o sucesso de-
le iria perder a graça.Sabe minha gratificação??ele teve a coragem de me dar vinte e um reais.......
vendo toda nossa necessidade,a nossa honestidade.....mas ao mesmo tempo descobri o porque de tudo
aquilo e fiquei feliz......Era arte de Deus,ele armou aquele vento,para que tudo isso acontecesse e eu
conseguisse meu pão de cada dia....era só o que eu precisava.....ainda deu um a mais,acho que para
chamar a atenção das crianças para o caminho da honestidade e da fé.
Hoje a gente lembra daquele episódio a gente se diverte,porque a gente chega a conclusão de que foi
um dia produtivo,teve de tudo um pouco,tristeza,decepção,contentamento,ensinamento,um orgulho de
nós mesmos pela nossa atitude,foi gratificante sim e todos nós vimos o quanto Deus é bom e fiel,nos
deu exatamente o que precisávamos para o nosso alimento diário,isso fez crescer ainda mais a minha esperança e fé......e com uma observação......um real a mais kkkkkk
- Autora:Annaterra
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Tão pequena e já partiram seu coração.......
Sou tia numa escola de 1 à 8 série,é como me chamam mas meu cargo é zeladora,amo crianças,nunca ti-
ve pois nunca me casei mas este sonho fazia parte de mim.Presto muita atenção nelas,passou muitas por
aqui mas nenhuma me chamou mais atenção que esta que vou contar sua vidinha....
Desde o início do primeiro aninho eu a observava,percebi logo a diferença das outras,era como uma ostrinha,nunca se misturava,sempre só num canto,ela e seu "eu".....primeiro fui aos poucos me aproxi-
mando para ganhar sua confiança,aos poucos também ela foi cedendo dando sua amizade para mim,eu fui fazendo com que se enturmasse,arranjava amiguinhas e trazia até ela.Eu percebia em seu olhar per-
dido,muita tristeza,ás vezes ela me pedia para ficar um pouco com ela,perguntava se eu estava ocupada ou não para ficar ao seu lado.Aquilo me cortava o coração,pois percebi que estava lidando com um também coraçãozinho cortado,eu nem imaginava porque, mas a gente adquire uma certa experiência observando as crianças.........
Ela se tornou minha amiguinha e aos poucos foi confiando e respondendo minhas perguntas que fazia com muita sutileza..Descobri sua maior tristeza,sua mãe passou a morar no céu quando ela tinha cinco anos,assim ela se expressou.o pai era extremo e tinha prometido a viver para ela, mesmo que se um dia se casasse novamente.Ela me disse que compreendia a necessidade do pai se casar porque alguém precisava cuidar da casa e ela não sabia,era assim que ela me explicava,com postura de gente grande.
....era mesmo uma gracinha,eu tinha vontade de levá-la para casa.
Bem as coisas foram acontecendo muito rápido na vida desta criança,,todos os dias ela chegava e corria me encontrar e sempre tinha algo a me dizer,acho que ninguém em sua família parou para ouví-la...e ela tinha tanto a dizer.....O pai tornou a se casar mas disse a ela que nada ia mudar mesmo com a chegada de um novo bebê,a madrasta não era ruim,era uma pessoa normal até chegar o tal irmãozinho,
disse que a madrasta só sabia ditar ordens,feito olha seu irmão,ou faça isso ou aquilo,tinha acabado a amizade,o pai ficava fora o dia todo e não sabia destas atitudes e nem ela contava.Cada dia ela contava para mim um pedacinho,dizia que os avós paternos queriam adotá-la porque percebia seu dilema,mas o pai não deixava e ela ficava entre o pai e os avós,porque ela amava o pai e tinha todo carinho dele,mas ele não tinha muito tempo.
Poxa como os desabafos dela me incomodavam,eu ia para casa pensando num jeito de melhorar seu destino,as vezes eu perdia noite de sono pensando....
Um dia tomei uma decisão,pedi a ela que deixasse eu ir ver seu irmãozinho,mas na verdade eu queria pegar amizade do pai e da madrasta para ganhar a confiança deles.Pois é foram meses de conversa,de idas em sua casa até eu poder pedir se eles deixariam ela ir passar as tardes de domingo em minha casa.Eu consegui,seus olhinhos brilharam,eu tinha sobrinhas de sua idade e ela passava um domingo muito leve e diferente no modo de se comportar tão timidadamente,alí ela era outra criança.Parece que com o passar do tempo ela foi superando seus traumas e abraçando a vida.Eu estava feliz por ela e já estávamos juntas há quatro anos,não queria perdê-la de vista,e não perdi,acompanhei sua formatura da oitava série,ví seu sorriso,muitas e muitas vezes.Acho que acompanhei bem de perto até a idade em que ela ganhava autonomia de se defender da vida.
As vezes eu pensava que ela não surgiu por acaso em minha vida,poderia ser sua mãe zelando por ela e ela zelando por mim,pois a minha solidão foi preenchida com seus problemas.Eu a amava feito uma mãe........
Eu jamais poderia solucionar a falta da mãe,e os problemas que enfrentou depois de sua partida mas acho que ao menos consegui colocar um curativo em seu coraçãozinho partido........
Essa criança já está mocinha,é minha pupila,e eu sou para ela um porto seguro,caminhamos juntas para a vida.......Foi mútuo os curativos em nossos corações......
Autora:Annaterra
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Uma mulher extraordinária....Ela acreditou que a vida poderia florir........
Conheci esta senhora,porque morávamos no mesmo terreno,era onde morava todos os trabalhadores da firma.Nossa casa era separada mas as outras eram como colônias,todas grudadinhas.A nossa era diferente porque meu pai chefiava a Companhia.A gente se dava bem com todos éramos uma família.Uma pessoa que me intrigava, era uma vizinha ,era calada,sua vida era muito discreta,a gente via que duas ou trés vezes por semana ele ia á cidade pagar contas ou fazer compras,mas o sacrifício era grande pois tinha uma criança de um ano,duas gemeas de dois e uma maiorzinha de quatro,na verdade tinha quatro bebês.
Nunca pedia ajuda á ninguém,ou levava todos,,colocando trés num carrinho o outro pegava em sua mão ou deixava dois dormindo.Isso era dedução minha .Eu estudava de manhã e tinha ás tardes livres,eu adorava aquelas crianças embora não tivesse contato.
Um dia fui xeretar,fui na cerca conversar com ela e me prontifiquei a cuidar dos bebes quando precisasse sair isto se ela confiasse.Ela muito tímida agradeceu e disse que aceitaria sim.Eu tinha muita pena dela,tinha um marido omisso,saia cedo e voltava a noite e não dava atenção para nenhum deles,eu era muito jovenzinha,mas escutava o zum zum da vizinhança,como todos trabalhavam juntos as coisas não passavam despercebidas.Bem colada na casa dela tinha uma senhora que aos olhos dos outros era muito bem casada e tinha um marido bom,respeitoso para com a gente e muito educado,diferente do marido da coitada empencada de filho que era cara feia e malicioso quando olhava para a gente.
Eu soube que esta mulher vizinha era caso do marido da coitada,acho que ela sabia por isso era triste e retraída....naquele tempo nada se podia fazer a não ser ignorar pois a mulher que separasse perdia os direitos e não ganhava ajuda do marido,como ela faria?era insuportável a situação mas era pior sem ele.A máquina de fazer filho era assim que ela era vista por ele,e a outra era para horas de lazer.
Aquela situação incomodava á todos mas ninguém poderia se envolver e principalmente abrir a boca,era muito perigoso o assunto.
Bom os anos foram se passando as crianças crescendo essa mulher continuava apática,ela não teve depressão não tinha tempo,era muito serviço,muita preocupação,sua mágoa ela curtia trabalhando dia e noite.
A Companhia fechou e todos se dispersaram,cada qual foi para um lado e eu sempre visitava minha protegida, eu só ia lá quando ele não estava,parece que depois que ele mudou de emprego ela ficou mais leve e solta,mais dada.Eu compreendia ela,embora nunca tocasse em assunto de vivência,mas nem precisava,tinha em mim o maior apreço,dizia que eu ajudei a criar seus filhos.
Quando essas crianças chegaram á adolescência praticamente todos juntos porque a diferença e idade era muito pequena,ele se tornaram meninos e meninas bem educadas e estudiosas,mesmo com o pai sempre ausente,mas a mãe sempre supriu esta ausência paternal.A vida caminhava mas de repente a notícia da morte do senhor cara feia.....enfarto fulminante.....sabe que ela não se descabelou?enfrentou tudo na boa,deu a impressão de que ela já não o considerava tão próximo,apenas o respeito por ser pai de seus filhos.Essa frase ela me confessou,então daí tive a certeza de que ela sempre soube e sofreu calada.Se ele ainda tinha caso com a outra a gente não sabia,mas só aqueles anos já foram suficiente paras ela perder o amor,por ele.Ela apenas o aturava e fazia seu papel de mãe.
Ele se foi ela ficou com a pensão a esta altura os meninos já trabalhavam e estudavam á noite.
O incrível é que todos tinham o mesmo dom,atualmente ele são sócios em uma firma de advocacia muito conceituada,todos são advogados,e cuidam dessa mãe como realmente ela merece.Hoje ela é muito feliz,está muito jovem ainda e sorridente,ela viu as glórias,sua vitória,a formatura dos quatro,ele não viu nada disso....acho até que ela se sentiu vingada,pois ele realmente não merecia aquela família tão bonita.
Uma mulher foi extraórdinária......e acreditou que a vida ainda ia florir ......
Autora:Annaterra
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