sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tributo a um grande amigo.......

Este é meu amigo Sergio,devo a ele reverências,não posso deixar de registrar o quanto era importante para
mim e a todos que o conheceu,ele partiu mas não se foi de nós........existirá sempre.....Era um, grande amigo
homem  de rosto severo, mas uma alma doce e  meiga,um poeta, sabia colocar palavras certas nas  horas exatas.
Amigo virtual mas muito pessoal no modo de se expressar,sabia acalentar e tinha em seus textos conteúdo,
eu o analisava como um poeta nato, se escondendo e ao mesmo tempo  expondo sua sensibilidade quando se tratava de pessoas, era um homem "família".Adorava a reminiscência, e conservava dentro de si  suas raízes porque amava a vida que construiu  ,os amigos que teve e a família que formou.......por onde andou, e o que marcou.
Me pediu que fizesse uma autobiografia dele,me mandou fotos de sua família , amigos e lugares antigos,queria deixar escrito  sua trajetória,sua história ,sua meninice,sua vida com seus pais,ah! seus pais.... primeiros amigos,sua namorada ,hoje esposa e mãe de suas filhas que lhe deram dois netos,ele se orgulhava tanto disso..........enfim ele  me mandaria  dados,lugares,nome de pessoas que passaram por sua vida e deixaram saudades,e as que estavam em sua companhia. Queria que todos soubessem de suas lembranças e a  consideração que tinha pelo passado maravilhoso !! que nunca esqueceu ,e do quanto amava a vida  atual que era o resultado deste passado .Era mesmo um sentimental............Então , Sergio....não  deu tempo....e eu ...nem  imaginava que eu escreveria sobre o que você desejava, não o que você queria, que eu escrevesse hoje......é muito estranho amigo.......mas eu te devo este tributo, e sei que estás muito bem e num lugar que todos nós vamos se juntar um dia ,não virtualmente nem pessoalmente mas   espiritualmente.
Só quero deixar aqui o quanto você foi útil, pessoa construtiva que merecia ser eterno....pois era digno,tinha
qualidades que estão em extinção neste mundo atual,a dignidade,que  está esquecida.......Mas sua imagem ficará sempre em nossas lembranças como alguém que soube viver e dar valor à vida que Deus lhe deu, até quando resolveu levá-lo para junto dele,nos deixando órfãos desta grande pessoa representada por SÉRGIO ALCIDES CAVALCANTI........

Anna terra termina esta singela homenagem,pedindo á  Deus que coloque suas mãos sobre a sua família que tanto o ama, correspondendo ao amor que seu ente querido lhes dava,Deus dará a compreensão de seus designos e a calmaria da alma....a saudade ficará morando em seu lugar,mas sua presença será sempre viva
na lembrança de todos nós......até um dia Sergio.....



Autora :Annaterra

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ah......se eu soubesse......sofri tanto.......

A minha primeira experiência no sentimento do amor foi desastrosa dentro e fora de mim.Eu tinha dezessete anos e era um voltado aos estudos e trabalho,tinha lá minhas paquerinhas mas não envolvia sentimentos ,eu
tinha  ideais e  não me preocupava muito com o futuro a dois, ou eu estava  esperando a  hora certa de me apaixonar ou a hora certa estava me esperando sem me dar chance de me defender.....sim era isso.............
Era de poucos amigos,mesmo porque não tinha tempo,logo muito cedo pegava um ónibus para o trabalho e de lá mesmo ia para o cursinho,pois tentaria engenharia civil no próximo ano.Bom foi aí que nessa de tomar o mesmo ónibus no mesmo horário que aconteceu inesperado.Eu vivia tão atarefado que nunca tinha perce- bido  o rosto do cobrador .......rsrs que um dia notei era uma moça......bati  o olho,e pensei como não  tinha visto aquele rosto ainda.parecia uma rosa,se até então aquela rotina me aborrecia a partir dali passou a ser
prazeirosa.
Mantive a minha mesma postura mas quando chegava na roleta eu ficava todo sem jeito,o coração dispara-
va e acho que até vermelho ficava,eu tinha a impressão de que as pessoas liam na minha testa minha admira-
ração por ela, o que a esta altura já não era mais admiração era interesse mesmo.A admiração  foi quando
começei a prestar atenção em seu trabalho,sua dedicação e o quanto era desgastante lidar como público e
ela tirava de letra sempre com um sorriso educado.O sentimento foi mudando,foi crescendo,e nesse período
meu escritório mudou de endereço,eu fazia loucura,saía mais cedo para pegar a linha que ela fazia ia até o terminal e pegava o atual destino,loucura mesmo...só para vê-la.......isso durou muito tempo,até eu ver uma
aliança em sua mão esquerda.....aquilo para mim foi um balde de água fria.....que decepção......eu estava  a
me arriscar tentando um jeito de encontrá-la fora do trabalho para me declarar .
Era casada....mas fiquei tão triste,tão triste e parei de fazer o sacrifício.Daquele dia em diante começei a ir direto para meu destino e não a vi mais.Apenas dentro de mim.....o sentimento era o mesmo e agora se juntava com a saudade.
O tempo passou, eu cuidando de meus ideais e deixando aquilo tudo num cantinho.
Passaram-se dois anos,eu não a tinha visto até naquele dia,foi um susto,no anfiteatro da faculdade teve uma palestra e eu nunca perdia eu levava muito a sério meus estudos,gosta de juntar certificados.Ao sair eu dei de cara com ela .....meu Deus,achei que era miragem,estava tão linda....tão linda.....e melhor,ela me reconheceu
e veio para o meu lado,eu tremi nas bases......mais aguentei firme com naturalidade.
Ela me cumprimentou e disse se eu me lembrava dela......ai meu Deus.....e como.....sim eu disse sim ,a moça
do ónibus,ela confirmou e disse que não estava mais lá,fazia aquele bico para pagar os estudos e na época
foi  o que surgiu.Eu fiquei mais admirado ainda,mais uma qualidade,e ela tinha conseguido uma vaga no RH
da faculdade e ganhou a bolsa de estudos.Sinceramente fiquei feliz por ela,pois vi seu desempenho sua luta.
Eu lutava coma vida e com os sentimentos......conversamos muito, e aproveitei para perguntar como ia o marido.....ela ria muito e dizia .....que marido?????e ria.......Ai eu disse que  sempre pensei que fosse casa-
da pois vi a aliança em sua mão esquerda......aí ela riu mesmo gostoso......e foi dizendo que aquilo era um disfarce para evitar as cantadas inevitáveis mas impunha um pouco de respeito......
Que alívio,me senti livre minha alma se tornou leve tranquila.....isso queria dizer que eu poderia me encher
de esperança........
Continuamos a nos ver,e até que um dia eu falei que de fato a aliança impunha o respeito mesmo das  pes-
soas bem intencionadas e realmente apaixonadas feito eu...........Ela se surpreendeu,olhou indguinada e per-
guntou se eu gostava dela.....eu disse a verdade que sempre foi meu primeiro amor e até então platónico.
Ela disse que omesmo aconteceu com ela mas jamais ela poderia se declara para um rapaz e já tinha perdi-
do a esperança a muito tempo.
Hoje ao invés da aliança estar na mão esquerda dela está em nossas mãos,eu venci e estou muito feliz.......














Autora:Annaterra


















quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SERÁ QUE FIZ A COISA CERTA?VALEU A PENA?


Hoje é aqui que vivo,esta é minha paisagem,aqui que fico perdida em pensamentos e me questionando.
Eu vejo o passado quando eu era uma jovenzinha muito bonita,prestes a se casar,estava noiva e apaixonada.
Uma  fatalidade nos pegou a todos,toda família foi envolvida. Minha irmã que era tão  bem casada e  tinha
três filhos,sofreu um enfarto e se foi.Nossa preocupação fora o desespero era meu cunhado,pois os bebes ainda nada entendiam,os gémeos de apenas dois anos e outro menor ainda de oito meses.
Como ajudá-lo?......ninguém tinha nada em mente,os pensamentos davam nó.
Eu tomei a frente e resolvi abdicar de meu casamento pelo menos naquele momento e fui para a casa de meu
cunhado e cuidar dos bebes.Ali  fiquei feito mãe e companheira de meu cunhado que só chorava, eu sabia que se ele não encontrasse um apoio iria fazer uma besteira,era apaixonado demais e não se conformava em
ver os bebes que ela tanto quis sozinhos sem ela.
O tempo foi passando,meu cunhado se calou e se fechou feito uma ostra,se conversava era no trabalho por
que em casa nada dizia,nada o alegrava e eu me via cada vez mais necessária para cuidar das crianças.
Fui me apegando a elas cada vez mais e elas a mim.Meu noivo me encostou na parede,seu limite chegou ao
fim.Eu tinha que tomar uma decisão,era minha felicidade montando minha própria família ou criando aquelas
crianças que minha irmã tinha tanta paixão.
Minha vida era só preenchida  pelo amor delas,acabou os prazeres, passeios, planos e até deixei  de me cuidar.
A decisão tinha que ser tomada e eu tomei,abri mão de meu casamento em prol daquelas vidas,mesmo por-
que eu me tornei o porto seguro de meu cunhado paras cuidar da casa e deles.Ele se tornou aquele homem
triste e a cada dia eu chegava a conclusão de que ele não pretendia reconstruir sua vida,sim essa seria uma
solução para eu retomar minha vida com meu noivo e vistoriar de longe o crescimento das crianças.............
decididamente não.....ele  não confiava em mais ninguém e não amaria mais ninguém,minha irmã seria eterna
para ele.Eu achava bonito todo aquele sentimento mas ele estava tão cego que não percebia que minha vida estava sendo consumida em favor da família dele e eu ao mesmo tempo tinha pena de abandoná-lo.Era de
dar pena.Só saia para trabalhar sempre com a cabeça baixa para evitar conversas ,ele se isolou.
Os anos foram se passando,perdi de vista o homem com quem eu ia me casar e assumi a condição de mãe para meus sobrinhos e eles me viam assim.Para meus pais e o resto da família estava sendo a solução......mas e eu?ao mesmo tempo pensava em minha irmã,aquele sacrifício era por ela.
Conclusão,criei as crianças,atravessei a mocidade,cheguei na terceira idade,só que formei os três,cada qual
foi pro seu canto,meu cunhado adoeceu e também se foi,acho até que sempre desejou isso,a tristeza o levou,ele se partiu muito jovem,tinha quarenta e três anos.
Agora eu vim morar aqui na beira da praia,onde ando de lá para cá e de cá para lá,as crianças me presen- tearam com esta casa,me deram todo conforto,pagam tudo inclusive uma companhia que faz tudo ,minha
verdadeira companhia é a solidão e a dúvida.......será que fiz certo?eu não tinha outra opção?hoje eu pode-
deria estar com meu marido......soube que ele tambem não se casou,quanta gente infeliz nesta história........
Ao mesmo tempo penso olhando pro nada, sou uma senhora jovem,ele também,somos hoje  jovens mas cinquentões  se  for da vontade de Deus ele me premiará por esta atitude,ele o trará para mim e  aí eu po -derei até  dizer..........sim  valeu ,valeu muito a pena......quero acreditar nisso.......











Autora:Annaterra




sábado, 24 de setembro de 2011

Tarde demais...........eu deveria ter esperado o tempo passar.....

Minha vida era um mar de rosas.Era muito risonha,todos me queriam por perto porque minha alegria conta-giava,mesmo porque eu realmente não tinha motivos para chorar ou reclamar.
Um dia a casa caiu sobre mim,num acidente perdi meu marido ,meu pai e minha mãe,dá para imaginar?sei
que não.....
Bem perto de minha casa morava um casal ambos bonitos,formavam um casal perfeito aparentemente mas todos sabiam que ela o traia com o vizinho também casado. Eu me dava muito bem com os dois,ele era um homem sério e muito bonito,tinha dois filhos maravilhosos.
Quando tudo aconteceu em minha vida eu simplesmente me tranquei,nnguemi  mais me viu na rua, eu não sorria,não batia papo,preferia que ninguém viesse em casa, e exatamente por gostar delas porque naquele
momento era só amargura e elas não mereciam isso.
Todos comentavam da minha atitude e me aconselhavam a procurar um profissional na área de depressão,
mas eu sabia o que tinha dentro de mim....era uma tristeza tão grande que não cabia no meu peito.Depres-
são?não......era muito natural uma pessoa que caiu de um  pedestal sim porque eu mesma não encontrava
palavras para descrever o que tinha sido feito de minha vida,era natural que eu me encontrasse naquele es-
tado deplorável.Eu via assim e era assim mesmo,era tristeza,incompreensão,um vazio muito grande dentro
de mim e da minha casa,faltavam três pessoas........minha tristeza era profunda e só tempo para responder por mim.
Foi um pouco adiante este período,recebi  uma visita inesperada, era o meu amigo e vizinho o qual citei há
pouco.Era inesperada por ser ele um homem caseiro e não era dado a visitas,era de casa pro serviço e vi-
ce e versa.Eu o recebi bem e como eu estava enclausurada não sabia nada do que acontecia lá fora.Ele ti-
nha vindo me falar de sua tristeza de ter se separado da esposa.....eu o ouvi......não surpresa pois uma hora
aquele casamento iria por água abaixo,todos sabiam disso menos ele,que só trabalhava para cuidar bem da família.......pobre homem......dividi a pena de mim mesma com ele....o que eu poderia dizer senão sinto mui-
to,isso vai passar vocês vão acabar se acertando......ele dizia não....não tem conserto é definitivo,não disse
o porque da separação e eu não fui indiscreta mesmo que não soubesse a causa.
Continuou me visitando e lamentos e mais lamentos,ele estava tão sem chão e sem noção que não percebia
que eu não era a pessoa apropriada para ouvi-lo ,o meu sofrimento era grande demais.
Hoje eu sei que eu estava mais insana do que ele,u deixei escapar a oportunidade de ser feliz novamente já
que nada iria trazer minha família de volta,eu teria que formar uma outra,eu não tinha filhos pois era  casada
há apenas quatro anos,eu não tinha irmãos pois era filha única.Digo isso porque numa destas visitas ele falou
de uma união de solidão e de dor entre nós para reconstruirmos nosso lar desfeito,ambos nos queixávamos
do mesmo fato só que de forma diferente e tínhamos em comum a dor e a solidão. Neste  dia  fui  taxativa
com ele,disse que se continuasse com aquele tipo de conversa eu não estava disposta a ouvir,apenas seus
"ais "mais nada.
Hoje sei como fui idiota,deixei escapar uma pessoa que tinha certeza da idoneidade,um homem sofrido,que
amava família porque eu convivi e vi suas qualidades e sei que poderia dar muito certo,minha amiga não fi-
caria chateada pois ela nunca o amou.
Depois que passou meu desespero,veio a compreensão dos fatos pois Deus faz isso com a gente,ele nos dá resistência e nos ajuda a sobreviver e entender seus designos,agora eu o procuro mas nem sei onde anda,eu
tenho certeza pela minha busca que ele não ficou na cidade,meu "não"foi mais uma derrota para ele.
Estou esperando que nossos caminhos se cruzem novamente  ,agora já estou pronta para recomeçar e tenho
em meu pensamento seu pedido de reconstrução.....eu não enfrentei a depressão e nem ele,era uma tristeza normal de quem sua família de uma forma ou de outra.Vou  seguir meu  caminho sempre  na esperança  de tropeçar naquela proposta........






















Autora:Annaterra

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A felicidade está nas simples e pequenas coisas......

Vou narrar minha vida sem muitos detalhes pois senão virará um livro.
Eu sou  filha de um funcionário do mais alto escalão do governo do meu Estado natal.Era filha única,quem
me criava na verdade era a Bá,meus pais sempre ocupados com convidados,festas,passeios com pessoas
influentes.Eu não tinha nenhuma liberdade,não podia brincar com outras crianças,para ir ao colégio era com motorista e este não tirava os olhos de cima de mim.Enfim ....eu não vivia.
Meus pais viajavam muitos e só durante essas viagens é que a Bá,sentindo pena de mim,me levava para co-
nhecer e brincar com crianças da família dela mas tudo era um segredo nosso.Para mim eram os melhores dias.
Os anos foram se passando e eu  naquela segurança máxima,aquele luxo todo que nunca me agradou, eu
invejava a vida daquelas crianças que eu brincava no sítio que a Bá me levava escondido de meus pais,eu
invejava os pés no chão,o sentar na grama,tomar banho de bacia,comer com as mãos eram tão felizes.......
Fiz meus quinze anos fui apresentada a tal sociedade na qual me respeitavam por imposição do sistema mas
eu sabia que era tudo um jogo de interesses.Nem meus pais gostavam de mim o suficiente,eram muito práti-
cos.A Bá sim,ela era minha mãe,ela sabia tudo de mim,meu apego e meu refugio era com ela e por ela.
Mais uma vez meus pais viajaram para o exterior, eu fiquei e a Bá aproveitou para me levar para conhecer
seu povo numa fazenda não tão perto dali.,mas meus pais não voltariam tão cedo,e com certeza durante es-
tas viagens procuravam a dedo um bom partido para mim,eu nem pensava nisso.
Os dias na fazenda estavam maravilhosos,fui na roça e lotado de trabalhadores,quero dizer "roçeiros",olhei
sem querer para um por baixo do chapéu,pois todos usavam um chapelão por causa do sol ardente.Gente
que moço lindo se escondia atrás daqueles trapos,que olhar penetrante,nossos olhos se cruzaram e eu pela
primeira vez senti meu coração pulsar mais forte,foi só isso.Fomos embora para a casa grande,á noite ia ter
um baile na colónia,só participava os roçeiros moradores dali e das fazendas vizinhas,gente da alta como eu
jamais aparecia num baile desses.
Pedi  para a Bá me levar que queria conhecer o ambiente e ver de  perto essa festa,senão eu jamais teria a
oportunidade,ela nada me negava,ela era a mãezona ,mesmo.
Adorei,era muita alegria,todos felizes bem arrumadinhos sem luxo nenhum,a música era convidativa,ele esta-
va lá.....mais lindo que nunca.Eu  pedi a Bá para falar com ele para me tirar para dançar  pois eu  sabia que
ele não se atreveria,todos ali me olhavam como se eu não fosse gente....eu me sentia tão mal.Como eu queria ser amiga de todos sem esse respeito que eles mantinham para comigo.
O tal moço veio me pedir  para dançar a mando da Bá,eu fiz tudo para que ele se soltasse e agisse  normal-
mente comigo, queria que ele soubesse que eu era uma moça comum e que pessoas para mim não tinham
não tinham posição social,nem raça nem credo,simplesmente gente como eu. A  festa acabou e eu já  fui
fazendo planos de minha vida com ele,mas quem sabia disso era só eu e a Bá.Ela sorria e dizia que eu nunca
ia poder ficar com ele,que jamais meus pais ia aceitar......disso eu sabia..........mas para mim,bastava que ele
me aceitasse,o resto eu cuidaria.
No dia sseguinte tivemos um encontro na roça e como sempre eu tinha que dar o começo,ninguém  me  di-
rigia uma palavra fora do comum,tinha medo do senhor dos "aneis".......eu estava tão cheia disso.....eu fui lo-
go falando..... ,se você me ama eu também te amo diga sim ou não,se  você disser sim eu enfrento tudo e  a
gente casa.......Olha  gente ,que cara de pau a minha.....mas na minha posição contra a dele eu não tinha ou-
tra alternativa.
Para encurtar a história,quando meus pais souberam me puseram na rua com a bá,me deserdaram,  eu  fui
junto dela para seu  povo que me acolheram como membro  da família,eu me casei,o rapaz era muito apai -xonado e  com muita vontade vencer, esforçado ,querido,logo comprou um sitio que era uma gracinha e assim formei minha família juntamente com a Bá.
Amo meu marido e tudo que tenho,amo este chão que piso,amo a vida que tenho.Sou feliz,pela primeira vez 
em tantos anos de luxo e riqueza.
Meus pais..... eu nunca mais os procurei,remorso?nenhum,deixei este sentimento para eles curtirem,pois lido
com esta separação com a mesma praticidade de sentimentos que eles me tratavam.........me preocupo sim com minha verdadeira mãe que é a Bá, mas ela está comigo e foi ela que favoreceu este encontro  de amor
entre eu e meu marido........Ele não tem a nobreza no nome mas a nobreza de alma.,pra mim é o que conta.






Autora: Anna terra


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vida madrasta............

Vou resumir minha trajetória porque foi muito para uma criança,uma adolescente e mesmo para uma já se-
nhora.
Perdi minha mãe muito cedo,tinha meus seis anos,meu pai era uma pessoa boa mas logo se casou com uma mulher cruel  que me roubou a atenção de meu pai e eu fiquei jogada ás traças.Ele não via as ,maldades a
escravidão em que eu vivia pois ficava o dia inteiro fora e eu não contava porque no dia seguinte eu apanha-
ria com certeza.Não tive infância,na adolescência não tive amigas,minha vida era uma tristeza só,meu único
amigo das horas tristes,aliás de todas as horas era meu gato que até isso ela me tirou.
Um dia já mocinha teve uma comemoração de natal lá em casa e conheci um homem amigo de meu pai,ele
se engraçou comigo e começou a frequentar minha casa,meu pai fazia gosto se a gente namorasse.
Passei  meses pensando,ele tinha uma boa diferença de idade minha,mas isso não era importante,era gentil,
tinha bons modos e se comportava muito bem.....pensei ....pensei e cheguei a aceitar o namoro,eu o queria bem,apenas isso,mas para quem não tinha um objetivo,não tinha sonhos,seria uma solução. Um casamento
pelo menos teria minha libertação,minha carta de euforria.
E assim foi,casei  vazia de sentimentos,eu não sabia amar pois nunca me senti amada e não aprendi o que
era amor.
Não sei se isso foi notado por ele ou ele era uma peste mesmo e a gente não sabia.Eu sofri,este homem era
tão ruim que sugava o restinho de energia que eu tinha,enfim.....fui para nas mãos de um padrasto.Uma res-
salva,eu tinha uma casa,tinha meu canto,mal ou bem eu era dona da minha casa.
Era escrava também,passava falta de coisas pessoais,ele não me deixava trabalhar e também não me dava
autoridade de comprar minhas coisas.Os parentes dele eram gente normal e acho que conhecendo ele co-
mo eu não conhecia, passaram a me presentear com roupas íntimas,cosméticos,muito sutilmente para que
ele e nem eu percebessem as intenções....mas eu vi logo,elas sabiam  o que ele me deixava faltar.Eu era a
segunda esposa dele,a primeira acho que pastou muito mais á ponto de deixar este costume ás pessoas que
me presenteavam.
Ele mal conversava comigo,não me levava ´a  passeios,não sei nem porque se casou comigo.....mas  ainda
com tudo isso era melhor que a prisão que vivi metade de minha vida,eu não amava mesmo,ele também não
me ensinou a amá-lo.
A vida vazia foi se seguindo.....ficamos uns dez anos casados até que ele sofreu um  acidente de  carro  da firma  graças á Deus se foi....desculpem-me mas só eu sei o alívio que isto me deu,eu não vivia,eu vegetava.
Hoje vivo só,garanti uma casa e uma pensão até muito boa.
Tenho pensado muito no que tem sido minha vida até hoje,estou até com fé que o sofrimento acabou,me pe-
guei fazendo ,planos, acho que ainda dá tempo de  eu me profissionalizar e trabalhar em ambientes de  pes-
soas boas,fazert amigos,coisa que nunca tive,e quem sabe aprender a amar e ainda ser feliz....tudo isso tem
passado pela minha mente.Estou contente,acho que as mágoas se foram,tenho trinta e dois anos e me valo-
rizando,me achando bonita,inteligente e capaz de enfrentar uma faculdade.
Pela primeira vez na vida me sinto fora da cadeia,dona de minha vida,pronta para sonhar e planejar.Os céus
cuidava de mim,ele sabia meu limite,eu é que não sabia. Deus estava comigo a todo momento me dando  o suporte que precisava para atravessar os meus dias ........e atravessei..........
Acho que  minha vida  madrasta teve um fim.....agora vou começar a viver a minha vida e estou muito pron-
ta para essa nova vida.....sem madrasta ou padrasto......









Autora:Annaterra



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

QUEM AMA NÃO MATA???????

Minha história serve de exemplo a muitos amores exagerados,aqueles que te
escravizam,um amor louco desesperado,possessão.
Eu me casei com este sentimento,minha mãe já tinha me dito que ele não era
o que eu pensava,e me perguntava se eu suportaria uma traição.Essa  palavra
não fazia parte dos meus planos nem de longe,eu achava que nunca  passaria
por isso,eu estava cega de amor,nada que me dissessem me faria acreditar na
hipótese de uma decepção com meu futuro marido.
Nos  primeiros meses tudo correu bem, ou eu pensava assim com o passar dos
anos fui  pegando falhas,pequenos deslizes da parte  dele e fui me magoando
mas nada que eu visse com meus  olhos,eram  apenas rastros e fui montando
o quebra cabeça.Eu não cobrava nada,eu o sentia frio mas tinha medo de   co-
brar e ficar sem ele.Ao  mesmo tempo me sentia abandonada  e o  desespero
tomava conta de meu ser.
Era um sentimento horrível,eu não queria crer que a traição já estava fazendo
parte de nosso  vocabulário.Meu Deus,no início era tudo tão perfeito, aí  veio
a hora de responder a pergunta de minha mãe.... eu suportaria uma  traição?
A esta altura eu já tinha um filho e isso me fazia querer mais sua presença e
respeito.No fundo,no fundo eu o queria só para mim,o  que era muito justo já
que ele me jurou amor eterno.
Numa noite eu saí para o mercado,ví com meus olhos o meu marido aos beijos com  alguém dentro do carro no estacionamento deste  lugar .......eu  perdi  o
chão e a lista de compras,na verdade eu tive uma ausência momentânea, nun-
ca me imaginei num quadro deste.....
Fui para casa,calada a mente tão cheia que não tinha uma definição de um as-
sunto,eram muitos.Cuidei de meu filho e o fiz dormir, quando o traidor chegou
eu já estava na cama.O desespero tomava conta de mim,eu nada falei...........
Mais tarde quando ele dormia tranquilamente eu me peguei com uma arma na mão e apontando para sua cabeça.....Como agradeço a Deus.....uma  mão  me segurou,Deus enviou uma anjo,só pode ser...... eu voltei a mim e corri  para o quarto de meu filho o único que merecia aquele amor que eu oferecia e  chorei
chorei tudo que tinha que chorar,todos estes anos caíram em lágrimas,eu tive
que crer....tudo acabou....Ele acordou e perguntou o que tinha acontecido.......
eu nada falei,apenas arrumei minhas coisas e parti.
Que alívio,o que eu estava fazendo de minha vida....que loucura,todos os dias
quando me levanto eu olho para o céu e agradeço à Deus,como não compensa
ser escrava do amor,eu ia estragar minha vida e a do meu filho por alguém ....
ninguém pode obrigar que o amor seja com pesos e medidas iguais,hoje sei e
amei demais,mais que a mim mesma,justo por isso quase estraguei tudo.......
Agora saí daquela prisão que era amar desesperadamente,eu amei errado.......
eu tinha que saber que as pessoas são cruéis quando querem, eu não me pre-
parei.
Atualmente  sou muito feliz, a experiência de uma quase tragédia me fez ver
a realidade dos fatos,me fez gostar de mim,me fez ver que além dele  havia
a minha vida para ser vivida sem sua sombra.Era doentio.Me libertei,me sinto
leve e pronta para voar em outras direções,aquela cena triste me amadureceu
me deu asas......e que posso,devo e já estou colorindo minha vida sem remor-
sos.....fiz o certo....saí sem olhar para trás.....não  valia  pena.... A conclusão que cheguei......Quando se ama dói demais, há um momento  de  loucura e a  gente mata.....sim.








Autora:Annaterra