sábado, 26 de novembro de 2011

Para ele eu era uma estrela e ele o grão de areia...................

Minha história é antiga,mas devo contá-la se eu fosse detalhar ela viraria um livro,portanto vou resumir.
Eu era filha única de um casal de fazendeiros,tanto minha mãe quanto meu pai eram herdeiros de família tradicionais.Me tratavam como um bebelô,consequentemente eu era propriedade deles também,me colo-
cavam onde queriam e já previam meu futuro pois estava tudo arranjado.Eu já tinha isso em mente e era resignada.
Eu era uma mocinha muito dada,amava a todos sem diferença,desde a pessoa que ocupava o menor cargo 
na fazenda ao mais alto.Todos eram pessoas queridas, trabalhadoras e mereciam respeito. Eles se esquiva-
vam pois tinham medo  de meus pais despedí-los só porque olharam para mim.Eu  me sentia tão mal com aquela situação,eu fazia de tudo para ganhar a amizade deles,eu sempre me senti tão só. Eu tinha uma von-
tade  de me  juntar á eles nas noites de luar quando formavam roda na colónia ,eram tão risonhos e felizes Sinceramente eu os invejava...A única amiguinha que consegui era a filha da cozinheira,ela sabia tudo de mim e me trazia notícias dos colonos,eu adorava ouví-las,eram fatos interessantes.Eu nem a escola ia,a professo- ra ia até minha casa todos os dias.Eu achava que tinha nascido em casa errada,não achava certo ser tratada tão diferente só porque tinha muito dinheiro. Por mim repartiria com todos ali para  ficarmos no mesmo patamar e poder conviver com aquela felicidade deles.
Um dia  fui lá  no terrerão onde seleccionavam  os cereais, socavam arroz no pilão,faziam um monte de coisa, lidavam com o amendoim,café ,feijão eu não entendia nada mas achava tão bonito aquele monte de
gente feliz,conversando e cada qual com sua tarefa,essa imagem trago comigo até hoje muito viva..Numa
dessas idas ao terrerão algo me chamou a atenção,um rapazinho que tinha mais ou menos a minha idade sempre de  cabeça baixa em seus afazeres,mas que de vez enquando  eu me virava eu o surpreendia  me olhando por baixo do chapéu,uma só vez eu consegui ver seus olhos,fui mais rápida que ele,eram azuis
 anil,foi um relâmpago mas aquele olhar me fisgou.era lindo e triste.Ele não ousava me olhar diretamente
eu só vi porque olhei de repente.
Comecei a fazer perguntas á respeito dele para a minha única amiga e de confiança,ela dizia que era um
solitário,órfão de pai e mãe e foi criado por todos um pouquinho,a família dele era todos que o viram cres-
cer,todos o amavam.Eu penalizei cm aquela historia mas eu como "senhorita dos engenhos! nem poderia me
comover  e nem me aproximar daquela gente,todas  visitas as que eu fazia era escondido.
Um dia chegou em casa um casa de Barões e naquele tempo menores  mesmo sendo filho não poderia ouvir conversa de adultos. Eu era danada , me escondi e consegui ouvir um combinado  de casamento entre mim e o filho deles que eu nunca tinha visto.....e nem queria ver......naquela noite  foi  um tormento,eu rolava de um lado para o outro na cama, a lua estava clara e eu podia ouvir as risadas e as brincadeiras dos colonos felizes.Sabem ao que me atrevi? pulei a janela e fui lá perto deles,não tão perto,para não contrangír, eram  tímidos  diante de minha presença.Me encostei numa árvore e fiquei assistindo de longe,estavam até cantan- do, tocando viola,e sanfona,levei um susto quando olhei do lado e vi o tal olhos  azuis,sozinho afastado e de cabeça baixa,eu puxei prosa,ele só respondeu o que perguntei sem levantar os olhos.Naquele momento eu queria tanto um amigo,um assunto,até um abraço,estava muito triste com o que tinha ouvido lá em casa.Ele não me deu abertura para continuar então dei boa noite e me fui.
No dia seguinte meus pais vieram me falar do que eu já sabia,namorar e casar com o tal barãozinho para unir a riqueza,era o que eu pensava deles,tinha dó  do noivo também,ele estava no mesmo dilema ,coitado....
eu nem precisava conhecê-lo  para saber disso.E quem ousava desafiar os pais naquele tempo........enfim
eu o conheci, nada senti  e vi  nele a indiferença também.Os pais marcaram a data,e nos comunicaram éra-
mos completamente estranhos e continuávamos assim,dois infelizes.
Quando a notícia correu pela colónia minha amiguinha veio me contar,e  falou sem ligar um  assunto ao outro_olha sabe aquele moço filho de todos que te contei?ele anda tão triste e as vezes chora mas ninguém sabe o que tem......eu torci para ser eu motivo,eu já estava há muito tempo interessada nele,mas me calei,
ela não teve esta malícia mas eu tive,talves por ela achar impossível uma paixão com pessoas tão diferentes.
Os meses se passaram e a data marcada chegando,minha mãe preparando enxoval e eu nem me preocu-
pava com isso,gostava mesmo era de  pular a janela e assistir os violeiros e sanfoneiros e tentar ver  meus olhos azuis.
Uma certa manhã veio uma triste notícia,embora eu não amasse o tal prometido e o estimava muito,como
pessoa e era dele a notícia,estava com tuberculose estava num isolamento,era difícil essa tal doença na maior
parte das pessoas,orei por ele,eu não desejava nada de ruim,só não estava feliz e nem ele por termos que nos casar.
Dali uns dias ele se foi.tão jovem,um vida pela frente,eu senti muito,muito mesmo,fiquei com pena da fami-
lia e me enlutei também.
Passaram se uns meses lá vem outro casal cheio de fazendas conversar com meus pais á noite,eu já sabia
até o assunto nem fui ouvir.No dia seguinte meus pais me chamam para dar as boas novas,eu perdi a paciên-
cia ou educação não sei,só sei que pedi para que não me arranjassem casamento,e que eu não tinha inten-
ção de me casar......eles interpretaram como um luto, para mim era rebeldia mesmo,eu queria escolher um marido mesmo que fosse um mendigo mas e eu amasse e fosse amada.
O tempo passou,meu pai adoeceu e se foi ,ficamos só minha mãe e eu,sem falar na tristeza que ficou moran-
do lá em casa.Continuamos a vida normal,nada mudamos na questão dos empregados e modo e vida.
Um dia voltou minha rebeldia,andando pela fazenda topei  o  tal olhos azuis,sabe o que eu fiz?pedi ele em casamento,que louca......ele não sabia onde enfiar a cara,abaixou a cabeça e se foi pelo trilho do mato,eu corri atrás dele e falei que não estava brincando,falei do meu amor escondido todos aqueles anos,e que foi a primeira vista.Pela primeira vez ele me encarou....parece que ele ia explodir,falou sem ponto sem virgula o quanto era triste por me ver e nunca poder ter esperança para comigo,que ele era um grão de areia e sabia seu lugar por isso chorava sempre nas noites de lua cheia enquanto todos cantavam.............conclusão ele achava que jamais alcançaria a estrela ,a filha do patrão............Quanta  bobagem eu disse,quanto  tempo perdemos,você é um  homem  trabalhador,digno,  mesmo que minha mãe me deserte nós venceremos,eu luto com você...... 
E assim foi,falei com minha mãe contei tudo desde  o primeiro dia que o vi,...fiquei surpresa, ela falou que sempre o admirou por não ter tido família e ter dado um bom homem.Não sei se o sofrimento sem meu pai a fez ver um mundo diferente ou ela obedecia ordens feito eu,só sei que ela nos abençoou e estamos juntos há mais de cinquenta anos e contamos nossa histórias para filhos netos e bisnetos.A história do grão de areia e a estrela......







Autora :Annaterra

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ele não sabia ainda o que era viver........

Vou contar como conheci um dos meus filhos.....Todas as noites era de costume,meu marido eu e minhas três crianças,irmos dar voltas de carro pelo centro da cidade. Numa destas noites,de muito frio por sinal
passávamos de frente a uma igreja bem central e tinha uma escadaria,algo cruel me chamou a atenção,me
chocou muito aquela imagem,chamei a atenção de meu marido......na escadaria estava sentada uma crian-
ça  que aparentemente não tinha mais que oito anos,sem uma blusa de frio,com um saco de papel  destes
que se embrulha pão,ele fechava a boca do saco de encontro com seu nariz,eu não entendi aquilo,eu não
compreendia aquela atitude,aí meu marido me explicou que era cola que cheirava.....se eu já estava cho-
cada piorou muito.Meu primeiro pensamento veio em levá-lo para casa,mas eu tinha um coração de mãe e
não usava a razão,esta era a opinião de meu marido.
Na noite seguinte fomos lá de novo,era bem tarde e lá estava ele na mesma situação.Naquela noite eu pen- sei muito naquele menino,quantas perguntas vieram em minha mente......dezenas.....meu sono foi atormenta-
do.
No dia seguinte algo me chamava para aquela imagem,eu fixei ela em minha mente,parecia que eu era a en-viada para salvá-lo.
Mais uma noite passamos por lá e aí até as crianças já estavam se comovendo e querendo dar um jeito de saber onde morava,com quem vivia.Eu sentia cada vez mais que éramos enviados para ajudá-lo.Eu sabia
a opinião formada que meu marido tinha a respeito a este assunto,temia a "má índole".......ia ser difícil acei-
tar qualquer atitude minha para me aproximar e nos envolver com aquela criança tão miúda  mas já no desca
minho.
Embora  fosse um homem caridoso ,tinha lá seus limites, ajudar sem se envolver, e ainda mais que nossos
meninos tinham quase a mesma idade.Mas eu continuava encasquetada com aquela criaturinha.
Pensei,pensei,dali alguns  dias fui só,joguei com o destino,se fosse meu problema eu iria encontrá-lo, e en-
contrei,no mesmo lugar com a mesma roupinha,eu me aproximei e perguntei porque fazia aquilo.,disse que
tirava a fome.....eu quis chorar mas aguentei firme,comprei-lhe um sanduiche e um suco e perguntei que se eu voltasse no outro dia durante a tarde ele me esperaria ,ele disse que sim,perguntei onde iria dormir e ele disse que seria debaixo das escadas,eu tinha levado uma coberta para ele.mas assim mesmo eu perguntei se a família não estaria a sua procura,ele era duro com as respostas e disse que talves eles nem soubessem de sua existência.........aquilo me partiu o coração ao meio,lógico que as palavras dele não eram exatamente estas mas resumindo era isso.
No dia seguinte á tarde fui lá,tudo isso escondido de meu marido,pedi para ele me levar onde morava,ele
me levou.....que lugar horrível e triste,não sei como ia parar na igreja que era muito afastada de seu mundo.
Levou-me a um barraco onde estava uma senhora de aparência boa e educada.Me contou a história dele
era seu sobrinho, órfão de pai,morto na cadeia e a mãe sumiu no mundo sem deixar rastros então ela foi
obrigada pelo juiz a pegar a guarda dele,mas não tinha como mantê-lo,não tinha saúde e nem dinheiro, e
até gostaria que alguém o adotasse para que ele tivesse um futuro melhor que os pais,disse que confiava em
seus ideais,disse que ele tinha sonhos e falava com ela  de se tornar isso ou aquilo mas sempre com boas intenções,mas ela não acreditava na vida......
Para encurtar porque foi longo o nosso caminho,convenci meu marido a trazê-lo mas com a promessa de que o colocaríamos num colégio interno porque ele dizia que era uma faca de dois gumes....foi num colégio
muito bom,particular onde ele tinha até acompanhamento psicológico era o que mais precisava,era um  me-
nino já destruído pela vida com tão pouca idade.Durante as férias vinha para casa e nos tornamos uma família maior,melhor  e com muito amor para dar a ele.
Anos se passaram as feridas foram curadas,deixamos seu dom responder o que queria da vida profissional
sempre se mostrou muito inteligente e estudioso,valeu muito a pena ficar com ele,nos sentíamos de alma lavada,e uma família abençoada.......
Temos hoje um advogado,um engenheiro,um professor e um médico.....este médico "ele."......o menino da
escadaria da igreja.....tenho certeza que foi plano de Deus toda esta tragetória.....com certeza ele cuidava
dele sozinho e nos colocou para ajudá-lo e ele nos ensinou tanta coisa....Só temos a agradecer,foi gratifican-
te em todos os sentidos.
Ele visita a tia,não esqueceu de suas raízes e soube agradecer a ela por ter realizado seus sonhos ,por ter
acreditado e tomado a atitude de deixar o destino agir......do jeito que ele vivia não tinha vida,era um vazio
e não se sentia vivo,isso são palavras dele hoje comum homem realizado e amando viver......... 










Autora:Annaterra


domingo, 13 de novembro de 2011

A última rosa..............

A rosa  para mim representa  pureza do amor,um amor longincuo,vivido muito loucamente a rosa vermelha foi o início de tudo.
Conheci minha esposa no primeiro ano do colégio quando fazia o primeiro colegial,tínhamos quatorze anos foi para ambos primeira experiência em sentimentos não fraternais.Quando me dei conta de meu amor por ela    já a presenteei com uma rosa vermelha roubada,e não omiti o fato falei logo que era de um jardim qualquer mas mesmo assim a pedi em namoro,ela sorriu muito e aceitou com a promessa de que eu lhe daria uma rosa todos os dias de nossas  vidas mesmo que fosse roubada...............e assim se iniciou  um  namoro tranquilo,respeitoso sem ciume sem aborrecimentos.
Fomos para faculdade juntos e assim que nos formamos já começamos a trabalhar,e pudemos nos casar mas sem pensar em filhos o financeiro ainda era precário tínhamos que planejar tudo.
Nossos pensamentos,sonhos e ideais eram iguais.ah....me esqueci de dizer que neste tempo todo um nunca deixei um dia sequer ela sem uma rosa,mesmo que fosse tirada de algum jardim, para ela cada  dia  deste compromisso era um sinal de que o amor floria todos os dias,ela se dizia muito feliz por isso.
A vida caminhava sem problemas,uma tardezinha ela me ligou que chegaria mais tarde pois estava na estrada na volta de um compromisso de trabalho,falamos no celular e fiquei sossegado.Bem mais tarde veio a notícia de que ela havia chegado sim,......mas...... sem vida.Um louco,um bêbado a tirou da estrada e ela caiu numa ribanceira......eu fui junto.....ninguém pode ter noção do meu desespero,me senti mesmo na ribanceira,perdi-do,ferido,atordoado.....desacreditando no que havia acontecido......eu não parei de dar a rosa diária para ela todos os dias ia levar onde ela estava,ali colocava e me lamentava com ela,eu me sentia realmente falan-do em sua presença,até que uma noite rezei muito pedi a Deus forças,pedi perdão pela minha descrença e revolta e pedi que deixasse que ela falasse comigo e me direcionasse.......
Se foi meu subconsciente ou não, eu tive um sonho com ela,neste sonho ela dizia que as rosas já não tinham importância,que o amor não poderia florir mais,que a guardasse em meu coração e tocasse minha vida como qualquer "ser".Naquela manhã amanheci diferente,mais consciente,aceitando que a fiz feliz e não tinha nada a lamentar,eu tinha agora que seguir em frente.
Até hoje penso que foi meus pedidos a Deus que me levou a sonhar e a acordar pensando em viver...........
Comprei uma rosa e levei para ela,ali chorei tudo que me restava chorar e fiz mais uma promessa,que vou
cumprir com certeza,disse-lhe que rosa era o nosso símbolo,e só ela poderia ter recebido todas elas,se um
dia aparecer alguém á altura dela,e eu me apaixonar de novo esta não poderá nunca receber rosas............ minhas.Este combinado era só nosso e vou respeitar até o fim dos meus dias...........e assim lhe entreguei a última rosa......





Autora:Annaterra


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Um vaso que se quebra....podemos colar.....nunca fica perfeito......

 















Nossa história,sim porque é de meus filhos também,eles sofreram consequências talves maiores,na época
eu não via maturidade deles para compreender o que aconteceu com nossa família.
Vivíamos muito bem,meu marido eu e as três crianças,era mesmo um mar de rosas,não nos faltava nada
nem mesmo o carinho e  dedicação e nos acostumamos assim,eu com marido perfeito e os meninos com
o pai afetuoso....e assim caminhava. As crianças cresceram naquele ritmo e se tornaram pré  adolescente.
Foi como se dormíssemos e acordasse com tudo virado em nossas vidas....é que não percebemos que o
nosso herói vinha mudando aos poucos mas não demos conta disso.
Uma noite ele fez as malas e disse_vou embora....simplesmente avisou que estava já algum tempo com a
vida dupla e que se cansou e iria partir para se morar com outro alguém......este alguém era uma das mi-
nhas amigas,a decepção foi maior....eu caí do pedestal,eu disse apenas que não deixasse as crianças per-
ceberem por enquanto.......ele se foi....eu disse no primeiro momento que o papai viajou......até quando..?
até quando eu suportaria esta mentira?....
Os dias se passaram eu murchei,eu chorei pelos cantos,pensando que eles não percebiam,o pai vinha nos
fins de semana mas não ficava e eu andei pegando um e outro chorando escondido.Nossa casa ficou triste
nos calamos,os risos ficaram escassos,eu não tinha vontade para nada.......eu me entreguei á tristeza,meses
se passaram.
Comecei a acompanhar as crianças em festas,boates,eu tinha que ir pois era uma idade perigosa,nem crian-
ças nem adultos,estavam numa fase delicada, fora a ausência da figura que idolatravam. Eu tinha medo  de  deixá-los  sozinhos e se desencaminharem por conta da decepção.....isto poderia acontecer se eu não fizesse meu papel de mãe e pai. Com toda minha tristeza eu seguia os passos dos três,eu sentia também  que
eles se penalizavam de mim.
Um dia resolvi dar  volta por cima, comecei a me arrumar e participar  ativamente das festas com eles, eu
senti que eles se alegraram com minha volta á vida.
Eu comecei a atravessar um período diferente,festivo,ativo ia na academia com eles e se orgulhavam disso.
Renasci das cinzas,um amigo do pai deles começou a me paquerar,era divorciado e o filho dele era ami-
go dos meus.Eu levava na brincadeira,não cabia na minha cabeça ter outro homem,e principalmente junto
com meus filhos,estava me sentindo uma adolescente,era muito bom ser paquerada,ele vinha conversava e
até me visitava, respeitoso, gentil,nos levava aos passeios e me falava de  vida a dois,eu nunca respondia
o que ele queria saber,eu tinha medo da opinião de meus filhos,mas já estava muito apegada a ele.
Meus filhos se davam muito bem com ele mas como pai também ele nunca os abandonou apenas saiu de
casa,  mais ferida era eu mas a esta altura a ferida já estava cicatrizada, seis anos de separação era o bas-
tante para se acostumar eu só não tinha mais mágoa ou rancor...se tinha amor eu não sabia.......  ele come-
çou a me assediar,descobriu que a vida que escolheu estava sem graça.....tarde não?mas eu preocupada
com o bem estar das crianças resolvi cair em sua lábia,eu não sabia se o amava,estava dividida entre um e
outro.Será que ele merecia meu respeito?o outro homem tinha feito tanto por mim....principalmente me de-
volvendo ao mundo dos vivos.
Os dias foram se passando e eu comecei a namorar meu ex-marido,tava legal,mas meio que sem graça,mas
ao mesmo tempo eu pensava em unir a família novamente,não pensava em mim.
Um dia meu filho mais velho me perguntou se eu estava namorando o papai,eu sem olhar para ele respondi
que não......eu me envergonhei de mentir para meu filho,eu trabalhava com a verdade assim os ensinei.........
Meu marido queria que eu falasse e que já formássemos a família novamente, eu não tinha certeza de nada.
Um dia estávamos no quarto se beijando,os três apareceram......eu não sabia onde enfiar a cara....meu ma-
do adorou,achou que estava tudo resolvido.
Depois  que o pai querido saiu os três me cercaram,falaram tanto do tanto de meu sofrimento de  quando
ele partiu e nos partiu ao meio,falavam de nosso sofrimento do meu desespero,enfim ouvi tudo e revivi o
passado. Eles agiram ao contrário do que eu esperava,ainda bem porque eu estava tão confusa,querendo
não aceitar com medo de sofrer de novo como eles disseram,mas eu queria agradá-los,eu não sabia que viriam minha defesa,assim como eu me preocupava com eles ,eles faziam o mesmo comigo.Fiquei mais tranquila,e neste mesmo debate eles disseram que deveria dar oportunidade a pessoa que me amava de verdade que era o outro que fazia tudo por mim sem interesse,sem esperanças porque nunca dei esperan-ças a ele.Eu não esperava isso de meus filhos,tive a impressão de que queriam me presentear por tudo que fiz por eles.E eu que pesava que eram imaturos......estavam mais maduros que eu.....mesmo amando o pai
perderam a confiança ,percebiam minhas intenções....devolver o pai em casa só por eles.
Eu decidi e falei com meu marido que por unamidade de votos ele continuaria fora de casa e voltaria para
a vida que escolheu,poderíamos colar o vaso mas nunca chegaria  a perfeição.....
Hoje vivemos o homem que ganhou meu amor e o amor de meus filhos,ele se fez amar,montamos uma fa-
milia,o riso e a paz mora lá em casa,somos felizes novamente.....





Autora :annaterra

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tributo a um grande amigo.......

Este é meu amigo Sergio,devo a ele reverências,não posso deixar de registrar o quanto era importante para
mim e a todos que o conheceu,ele partiu mas não se foi de nós........existirá sempre.....Era um, grande amigo
homem  de rosto severo, mas uma alma doce e  meiga,um poeta, sabia colocar palavras certas nas  horas exatas.
Amigo virtual mas muito pessoal no modo de se expressar,sabia acalentar e tinha em seus textos conteúdo,
eu o analisava como um poeta nato, se escondendo e ao mesmo tempo  expondo sua sensibilidade quando se tratava de pessoas, era um homem "família".Adorava a reminiscência, e conservava dentro de si  suas raízes porque amava a vida que construiu  ,os amigos que teve e a família que formou.......por onde andou, e o que marcou.
Me pediu que fizesse uma autobiografia dele,me mandou fotos de sua família , amigos e lugares antigos,queria deixar escrito  sua trajetória,sua história ,sua meninice,sua vida com seus pais,ah! seus pais.... primeiros amigos,sua namorada ,hoje esposa e mãe de suas filhas que lhe deram dois netos,ele se orgulhava tanto disso..........enfim ele  me mandaria  dados,lugares,nome de pessoas que passaram por sua vida e deixaram saudades,e as que estavam em sua companhia. Queria que todos soubessem de suas lembranças e a  consideração que tinha pelo passado maravilhoso !! que nunca esqueceu ,e do quanto amava a vida  atual que era o resultado deste passado .Era mesmo um sentimental............Então , Sergio....não  deu tempo....e eu ...nem  imaginava que eu escreveria sobre o que você desejava, não o que você queria, que eu escrevesse hoje......é muito estranho amigo.......mas eu te devo este tributo, e sei que estás muito bem e num lugar que todos nós vamos se juntar um dia ,não virtualmente nem pessoalmente mas   espiritualmente.
Só quero deixar aqui o quanto você foi útil, pessoa construtiva que merecia ser eterno....pois era digno,tinha
qualidades que estão em extinção neste mundo atual,a dignidade,que  está esquecida.......Mas sua imagem ficará sempre em nossas lembranças como alguém que soube viver e dar valor à vida que Deus lhe deu, até quando resolveu levá-lo para junto dele,nos deixando órfãos desta grande pessoa representada por SÉRGIO ALCIDES CAVALCANTI........

Anna terra termina esta singela homenagem,pedindo á  Deus que coloque suas mãos sobre a sua família que tanto o ama, correspondendo ao amor que seu ente querido lhes dava,Deus dará a compreensão de seus designos e a calmaria da alma....a saudade ficará morando em seu lugar,mas sua presença será sempre viva
na lembrança de todos nós......até um dia Sergio.....



Autora :Annaterra

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ah......se eu soubesse......sofri tanto.......

A minha primeira experiência no sentimento do amor foi desastrosa dentro e fora de mim.Eu tinha dezessete anos e era um voltado aos estudos e trabalho,tinha lá minhas paquerinhas mas não envolvia sentimentos ,eu
tinha  ideais e  não me preocupava muito com o futuro a dois, ou eu estava  esperando a  hora certa de me apaixonar ou a hora certa estava me esperando sem me dar chance de me defender.....sim era isso.............
Era de poucos amigos,mesmo porque não tinha tempo,logo muito cedo pegava um ónibus para o trabalho e de lá mesmo ia para o cursinho,pois tentaria engenharia civil no próximo ano.Bom foi aí que nessa de tomar o mesmo ónibus no mesmo horário que aconteceu inesperado.Eu vivia tão atarefado que nunca tinha perce- bido  o rosto do cobrador .......rsrs que um dia notei era uma moça......bati  o olho,e pensei como não  tinha visto aquele rosto ainda.parecia uma rosa,se até então aquela rotina me aborrecia a partir dali passou a ser
prazeirosa.
Mantive a minha mesma postura mas quando chegava na roleta eu ficava todo sem jeito,o coração dispara-
va e acho que até vermelho ficava,eu tinha a impressão de que as pessoas liam na minha testa minha admira-
ração por ela, o que a esta altura já não era mais admiração era interesse mesmo.A admiração  foi quando
começei a prestar atenção em seu trabalho,sua dedicação e o quanto era desgastante lidar como público e
ela tirava de letra sempre com um sorriso educado.O sentimento foi mudando,foi crescendo,e nesse período
meu escritório mudou de endereço,eu fazia loucura,saía mais cedo para pegar a linha que ela fazia ia até o terminal e pegava o atual destino,loucura mesmo...só para vê-la.......isso durou muito tempo,até eu ver uma
aliança em sua mão esquerda.....aquilo para mim foi um balde de água fria.....que decepção......eu estava  a
me arriscar tentando um jeito de encontrá-la fora do trabalho para me declarar .
Era casada....mas fiquei tão triste,tão triste e parei de fazer o sacrifício.Daquele dia em diante começei a ir direto para meu destino e não a vi mais.Apenas dentro de mim.....o sentimento era o mesmo e agora se juntava com a saudade.
O tempo passou, eu cuidando de meus ideais e deixando aquilo tudo num cantinho.
Passaram-se dois anos,eu não a tinha visto até naquele dia,foi um susto,no anfiteatro da faculdade teve uma palestra e eu nunca perdia eu levava muito a sério meus estudos,gosta de juntar certificados.Ao sair eu dei de cara com ela .....meu Deus,achei que era miragem,estava tão linda....tão linda.....e melhor,ela me reconheceu
e veio para o meu lado,eu tremi nas bases......mais aguentei firme com naturalidade.
Ela me cumprimentou e disse se eu me lembrava dela......ai meu Deus.....e como.....sim eu disse sim ,a moça
do ónibus,ela confirmou e disse que não estava mais lá,fazia aquele bico para pagar os estudos e na época
foi  o que surgiu.Eu fiquei mais admirado ainda,mais uma qualidade,e ela tinha conseguido uma vaga no RH
da faculdade e ganhou a bolsa de estudos.Sinceramente fiquei feliz por ela,pois vi seu desempenho sua luta.
Eu lutava coma vida e com os sentimentos......conversamos muito, e aproveitei para perguntar como ia o marido.....ela ria muito e dizia .....que marido?????e ria.......Ai eu disse que  sempre pensei que fosse casa-
da pois vi a aliança em sua mão esquerda......aí ela riu mesmo gostoso......e foi dizendo que aquilo era um disfarce para evitar as cantadas inevitáveis mas impunha um pouco de respeito......
Que alívio,me senti livre minha alma se tornou leve tranquila.....isso queria dizer que eu poderia me encher
de esperança........
Continuamos a nos ver,e até que um dia eu falei que de fato a aliança impunha o respeito mesmo das  pes-
soas bem intencionadas e realmente apaixonadas feito eu...........Ela se surpreendeu,olhou indguinada e per-
guntou se eu gostava dela.....eu disse a verdade que sempre foi meu primeiro amor e até então platónico.
Ela disse que omesmo aconteceu com ela mas jamais ela poderia se declara para um rapaz e já tinha perdi-
do a esperança a muito tempo.
Hoje ao invés da aliança estar na mão esquerda dela está em nossas mãos,eu venci e estou muito feliz.......














Autora:Annaterra


















quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SERÁ QUE FIZ A COISA CERTA?VALEU A PENA?


Hoje é aqui que vivo,esta é minha paisagem,aqui que fico perdida em pensamentos e me questionando.
Eu vejo o passado quando eu era uma jovenzinha muito bonita,prestes a se casar,estava noiva e apaixonada.
Uma  fatalidade nos pegou a todos,toda família foi envolvida. Minha irmã que era tão  bem casada e  tinha
três filhos,sofreu um enfarto e se foi.Nossa preocupação fora o desespero era meu cunhado,pois os bebes ainda nada entendiam,os gémeos de apenas dois anos e outro menor ainda de oito meses.
Como ajudá-lo?......ninguém tinha nada em mente,os pensamentos davam nó.
Eu tomei a frente e resolvi abdicar de meu casamento pelo menos naquele momento e fui para a casa de meu
cunhado e cuidar dos bebes.Ali  fiquei feito mãe e companheira de meu cunhado que só chorava, eu sabia que se ele não encontrasse um apoio iria fazer uma besteira,era apaixonado demais e não se conformava em
ver os bebes que ela tanto quis sozinhos sem ela.
O tempo foi passando,meu cunhado se calou e se fechou feito uma ostra,se conversava era no trabalho por
que em casa nada dizia,nada o alegrava e eu me via cada vez mais necessária para cuidar das crianças.
Fui me apegando a elas cada vez mais e elas a mim.Meu noivo me encostou na parede,seu limite chegou ao
fim.Eu tinha que tomar uma decisão,era minha felicidade montando minha própria família ou criando aquelas
crianças que minha irmã tinha tanta paixão.
Minha vida era só preenchida  pelo amor delas,acabou os prazeres, passeios, planos e até deixei  de me cuidar.
A decisão tinha que ser tomada e eu tomei,abri mão de meu casamento em prol daquelas vidas,mesmo por-
que eu me tornei o porto seguro de meu cunhado paras cuidar da casa e deles.Ele se tornou aquele homem
triste e a cada dia eu chegava a conclusão de que ele não pretendia reconstruir sua vida,sim essa seria uma
solução para eu retomar minha vida com meu noivo e vistoriar de longe o crescimento das crianças.............
decididamente não.....ele  não confiava em mais ninguém e não amaria mais ninguém,minha irmã seria eterna
para ele.Eu achava bonito todo aquele sentimento mas ele estava tão cego que não percebia que minha vida estava sendo consumida em favor da família dele e eu ao mesmo tempo tinha pena de abandoná-lo.Era de
dar pena.Só saia para trabalhar sempre com a cabeça baixa para evitar conversas ,ele se isolou.
Os anos foram se passando,perdi de vista o homem com quem eu ia me casar e assumi a condição de mãe para meus sobrinhos e eles me viam assim.Para meus pais e o resto da família estava sendo a solução......mas e eu?ao mesmo tempo pensava em minha irmã,aquele sacrifício era por ela.
Conclusão,criei as crianças,atravessei a mocidade,cheguei na terceira idade,só que formei os três,cada qual
foi pro seu canto,meu cunhado adoeceu e também se foi,acho até que sempre desejou isso,a tristeza o levou,ele se partiu muito jovem,tinha quarenta e três anos.
Agora eu vim morar aqui na beira da praia,onde ando de lá para cá e de cá para lá,as crianças me presen- tearam com esta casa,me deram todo conforto,pagam tudo inclusive uma companhia que faz tudo ,minha
verdadeira companhia é a solidão e a dúvida.......será que fiz certo?eu não tinha outra opção?hoje eu pode-
deria estar com meu marido......soube que ele tambem não se casou,quanta gente infeliz nesta história........
Ao mesmo tempo penso olhando pro nada, sou uma senhora jovem,ele também,somos hoje  jovens mas cinquentões  se  for da vontade de Deus ele me premiará por esta atitude,ele o trará para mim e  aí eu po -derei até  dizer..........sim  valeu ,valeu muito a pena......quero acreditar nisso.......











Autora:Annaterra