segunda-feira, 13 de julho de 2020


                                         Olhando para trás

Esta história intrigante me foi enviada,e vou reproduzi-la fielmente.A protagonista se questiona e os leitores farão o mesmo com certeza,uma história no mínimo perturbadora.Vou narrá-la....
 Antes desta tecnologia avançada,onde poucos tinham telefone e nosso meio de comunicação era feito através de cartas....o que  nos traz saudades porque, há na escrita de próprio punho mais verdades e mais emoção....preciso deixar claro esta situação para que entendam o porque da dificuldade (tempo,
respostas).
Eu era noiva mas brigávamos diariamente e terminávamos constantemente,isso era rotina...um ciume doentio da parte dele me sufocava.... um dia terminei de vez,eu o amava mas não me entristecia,pois  estava no auge de minha juventude e queria curtir a vida...e foi numa desta curtição indo para barzinho com amigas, que começa a verdadeira história.Um certo dia nos sentamos no bar e do lado rapazes  bem apanhados quiseram  fazer amizade juntando mesas...topamos,mas tudo porque um deles era conhecido,embora não me conhecesse,mas eu estudei colégio com dois irmãos dele e morávamos no mesmo bairro.Ele como era mais velho foi estudar fora em outro Estado e por lá se estabeleceu,portando só vinha nas férias e não tinha amizade elo com gente do bairro.Bem... já me simpatizei e vice e versa.Era férias de janeiro por isso ele  estava aqui...e eu acabara de sair do colégio a espera de vestibular estava tranquila...conversa vai e vem nos identificamos muito,ele me contou seus desafetos...um noivo que tinha casamento marcado,tudo pronto e a noiva terminou era seu caso...no inicio de nossos encontros,servíamos de fuga um para o outro....a gente viveu intensamente,este mês fomos á jantares dançante,bosques ,barzinho,era só risos e romance ..muitas fotos.sem nenhuma preocupação... .coisa que com meu noivo era simplesmente impossível e eu embarquei nessa aventura e ele se alegrou tanto quanto eu com certeza.
A gente.. se completou.As férias se acabaram e um juramento ficou,um combinado pára próximas férias nos encontrarmos novamente...enquanto isso trocaríamos cartas....
Os dias foram se passando e eu acabei voltando com meu noivo que jurou comportar-se diferente e marcou casamento muito rápido.
Escrevi uma carta ao meu amigo das férias o qual sentia um carinho especial e tenho certeza que era 
mútuo...porque o que vivemos foi muito feliz,na carta cheia de inverdades dizia que voltei a noivar e iria me casar por força das duas famílias,era um compromisso que eu tinha que cumprir mas que eu o amava e sentia muito... e guardaria com carinho o que vivemos...
Eu digo inverdades porque não podia magoá-lo e nem parecer vilã....a verdade é que eu amava meu noivo e estava bem com minhas decisões....mas carinho por ele tinha sim,como não ter por uma pessoa especial,que me fez tanto bem,num momento crítico....
Algo mais forte que eu, não permitiu que eu enviasse a carta,me faltou coragem.. e ao mesmo tempo a preocupação de enfrentar aquela situação quando nos  confrontássemos.....
Me casei...estava  feliz e preocupada ao mesmo tempo...eu o estimava demais para dizer que descumpri nosso acordo sem avisá-lo até para saber sua opinião...era covardia de minha parte.
As férias chegaram de novo e ele vinha voltando para nossa cidade.....mas nunca chegou....ele se foi numa batida na estrada....fiquei sem chão,e perguntas vinham em minha mente .turbilhoes... .foi bom não ter enviado a carta?foi propósito de Deus ele não ter recebido minhas notícias?vinha pensando em nós?ou será que também teria voltado com a noiva e estava feliz em reencontrá-la?me cansei de 
perguntar...dúvidas,incertezas,compaixão,remorso,curiosidade,questões não  respondidas ...são incógnitas....vou viver com isso para sempre....as respostas ele levou....um mistério jamais desvendado...por mais que eu tente não acho respostas para tantas dúvidas e questionamento.
Achei um meio para sobreviver a todo esse emaranhado..uma força maior não me deixou enviar minha carta,então posso viver tranquila porque ele não soube da minha covardia,o que me pesaria na consciência o resto da vida.....
Eu tive que dividir minha história com alguém,como uma forma de estar falando com ele,o quanto eu senti .....pelo que aconteceu e o quanto ele me foi importante....
Tenho um excelente casamento,mas acho ou tenho certeza de que por   ter acabado de um modo tão trágico,todos os dias eu penso nele por um minuto com muito carinho,vejo seu semblante me lembro bem de  sua voz e de seu cheiro...talvez no meu" eu" tenho esperança de que ele esteja vendo eu expor meus sentimentos com relação a ele...é mais uma questão a ser respondida,mas acho que as respostas ficaram na mão de Deus....eu nunca as terei....como tudo é mistério divino,quem sabe nos veremos de novo um dia....do outro lado....





Anna Terra



                                                                                                                                     

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Uma história incrível....

 Resolvi pedir para que publiquem minha história,embora o início de tudo foi há muitotempo acho que deveriam  conhecer ,eu sendo a protagonista me encanto com os designios de Deus....
Tudo começou lá num confins do  mundo ,um sitio esquecido pelo mundo exterior..vivia lá meus pais eu e algumas comadres,todos colonos.Eu já com 17 anos conheci melhor um dos moradores um solteirão,pois para época com 30 anos já era rotulado...pois bem ...me apaixonei perdidamente..na minha cabeça tudo ia tão bem,e já sonhava com o casamento...pobre de mim...ingenua,tola ...um dia esse grande amor simplesmente sumiu...ninguém sabe ...ninguém viu....só me restaram as lágrimas..
Decepcionada me enclausurei,eu bem sabia os porquês ...eu havia lhe dado a notícia da gravidez e a pressa para nos casar, sem que a noticia se espalhasse...minha cabeça deu nó...como fazer?como contar?eu seria crucificada por todos...que vergonha para a época...
Rezei,rezei ,pedi a Deus uma direção ....passaram-se dias.....mas eu corria contra o tempo...resolvi abrir o jogo com minha mãe pedindo segredo e o que fazer neste momento, para minha surpresa ela escutou e aceitou com resignação...foi a mão de Deus.
A partir deste momento já fiquei menos triste pois ela prometeu me ajudar e me apoiar perante as más línguas.Diante disso levantei minha cabeça e tive meu bebê...era um menino,mas chegava a hora de tomar um rumo agora tinha alguém dependendo de mim..minha mãe já me ajudara muito. 
Surgiu uma oportunidade,ir para capital trabalhar em uma casa, o salário era bom e eu não poderia usar o coração nesta decisão....era preciso deixar meu bebe e ir buscar nosso sustento.Chegando lá..
vi um quadro pior que o meu...um homem jovem e triste com um bebê da mesma idade do meu que perdera a mãe ao nascer...O moço não escondia sua dor..sua tristeza..pouca prosa e quando chegava do trabalho ficava girando pela casa procurando algo que não estava mais ali...aquilo me fazia esquecer minhas dores, minha decepções...os dias se passava era eu e a bebê.
Com o tempo ele começou a se interessar pelo dia a dia da menina,já vinha brincar embora timidamente....
Eu fui fazendo meu pé de meia,porque precisava voltar para meu filho,mandava um valor para minha mãe e guardava o restante para quando voltasse...de onde eu vinha não era preciso muito,tudo saia da terra...A convivência naquele ambiente foi melhorando a cada dia...era a mão de Deus naquela casa tão triste...Fiquei ali até a bebê fazer um aninho. Eu precisava voltar,mas estava eu dividida de novo, eu amava aquela criança,mas tinha a minha também.
Demorei a ter coragem de dizer a ele,pois nada sabia dos meu ais..fui indicada mas sem detalhes e ele
nunca perguntou....neste momento ele quase chorou e disse que eu buscasse o menino e criaríamos juntos que seria uma grande alegria pois a menininha já me via como mãe.Eu me senti valorizada como há tempos não sentia.
Pedi uns dias para pensar ....fui para casa e contei tudo para minha mãe....ele se comoveu com o caso da neném que se apegava em mim...ela achou certo voltar com meu filho e criá-los juntos.
Voltei...o moço se explodia de alegria,a casa se alegrou ele se transformou,éramos uma família,ele já
chegava do trabalho feliz brincando com os gêmeos como ele dizia...
O dia a dia nos trouxe afeição,entre todos.... os bebês eram felizes, esse era nosso objetivo..Comecei a ver a beleza dele dentro e fora de si....eu estava muito bem...
Quando as crianças estavam com uns dois anos a gente já saia com eles e nos divertíamos como se fossemos um casal ele conseguia gargalhar em nossos passeios...
O respeito era mútuo...mas ,um dia ele me pediu para conversar ....nesta conversa me pediu para pensar no assunto que iria ser tratado.Eu esfriei...o fato era uma tentativa de vida a dois mas ia  me dar um tempo, para  um casamento de verdade....Para mim não foi surpresa nem difícil pensar e  pensar........afeiçoados já estávamos,pais já éramos...conclusão....nos casamos criamos essas crianças e estamos hoje felizes com dois filhos e irmãos maravilhosos,pessoas carinhosas entre si e entre nós,estão formados e deu muito certo.... Eu não poderia deixar de mostrar a minha história incrível onde Deus agiu salvando nossas vidas, nós precisávamos um do outro e assim Deus nos colocou juntos...só tenho a agradecer e dizer...tenham fé...tudo se acomoda com as mãos de Deus.....





Escrito por Annaterra


















































quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Eles voaram.... e nos deixaram numa gaiola.....

Já escrevi histórias alegres,tristes,comoventes engraçadas já me contaram vidas de todo jeito até mesmo trechos de minha vida foi contado ...mas esta é revoltante...me foi relatada e vou passar para o papel porque assim a personagem quer.Há oito meses quer gritar ao mundo o que está acontecendo.....
Somos imigrantes,viemos da Itália já casados eu com quinze  anos e meu marido com dezenove.Trouxemos um bom dinheiro dado pelo meu sogro para que seu filho se fizesse aqui no Brasil.
Assim aconteceu,logo que chegamos ele comprou uma fazendinha e fomos trabalhar....trabalhei pouco na roça pois logo foram chegando os filhos,ele era um bom homem,ditava ordens e eu obedecia pois era assim que funcionava,eu era a mulher que cuidava da família e ele que buscava o sustento e não tinha feriado nem domingo,sol a sol,chuva mesmo assim ele saia de casa no escuro e voltava muito escuro.Tinha uma meta e falava comigo,cuidar das terras para tirar dela o futuro das crianças,queria fazer de cada uma um Dr...era como se dizia na época...eu o admirava muito ele se anulava mas era feliz assim, e eu também,vivíamos em paz.Longe de nossas famílias mas elas próprias diziam que formamos outra e era a essa nova que tínhamos que pensar e nos dedicar....Tivemos seis filhos e assim como nós focamos numa meta para eles;...   também fizeram o mesmo para com a gente....hoje sabemos.....quisemos dar tudo de necessário para se tornarem dignos e prontos para voar em busca de futuro melhor.Assim aconteceu.....
As palavras não são minhas mas ouvi alguém dizer que para os filhos devemos dar raízes e asas e foi o que fizemos.........que parte não entendi....conforme conto nossa vida meu coração se dispara......não esperávamos a decisão de nossos filhos que um dia depois de formados resolvessem sem nos consultar nos tirar de nosso canto que vivíamos há mais de cinquenta anos e nos enjaular em um abrigo para idosos....lugar pomposo,tem tudo que uma pessoa precisa,parece até uma fazenda em alto estilo....nós não queremos chiqueza,queremos nosso canto ,nossa liberdade, nosso trabalho,aqui se morre aos poucos......a gente não reclama eles vem de tempos em tempos fico penalizada por meu marido,eu sou mais forte mas ele vive no pomar e eu percebo que chora.....somos fortes e saudáveis e a desculpa de nossos filhos é que precisamos descansar e eles não tem tempo para ficar conosco....a fazenda está lá abandonada,isto dói demais ...aqui os dias não passam ,eu já conversei com meu marido da gente se rebelar mas ele não quer ofender os meninos e acha que vamos perdê-los....mas eu digo....já os perdemos apenas eles não nos perderam porque vivemos para eles...eu tenho muito medo e sei que ele também...........essa solidão e ociosidade vai nos matar e só temos um pelo outro.....como vai ser?Eu vou tomar sim uma atitude não vou deixar meu velho morrer de tristeza........aqui .neste lugar .onde vamos tem olhos atrás de nós,vigias.....como se fossemos qualquer coisa menos gente que lutou uma vida inteira pela dignidade de um final de vida.....Tenho dois filhos no exterior e os outros pelas capitais á fora a gente sabe que não estão preocupados com a gente....voaram com as asas que nós demos e nos engaiolou....estou triste vou procurar alguém para testemunhar nossa sanidade mental nossa necessidade de trabalhar pois trabalho  é saúde nosso cantinho é tão bom...tudo muito simples mas não tem rotina,ocupação é o que não falta,podemos colocar colonos aí teríamos muitos para conversar conhecemos gente muito boa que gostaria de voltar a trabalhar com a gente....eu durmo e acordo pensando nesta situação e vou levar adiante sou ativa e destemida..não me importo mais com o que meus filhos dizem....preocupados com nossa integridade física ....mentira querem é se livrar do compromisso de vir passar férias conosco...........eu já me conformei com este pensamento.........não precisamos deles e fizemos tudo o que precisávamos por eles que Deus os abençoe....mas vamos abrir a porta desta gaiola meu velho.....e viver a dois como começamos......mas que nossos filhos nos surpreenderam ..ah....isso sim.....mas sei que um dia vão olhar para trás e refletir.......como disse Jesus no calvário.....perdoe-os ...eles não sabem o que fazem......



Autora:Annaterra











domingo, 23 de novembro de 2014

amigo secreto.....

Lettering presente de Natal          Hoje aproveitando a época mais bonita do ano
 algo que me marcou demais vou relembrar ....fazem anos e anos mas ficou marcado em mim, eu era uma criança e a coadjuvante da história também mas mesmo que ela leia este relato não associará ao fato pois para ela foi algo engraçado e nem se lembra mais...
.Eu fazia o ginásio num colégio onde só meninas ricas podiam estar,era gratuito  mas era preciso uma prova de fogo para conseguir vaga só as meninas com  uma base  primária forte conseguia mas,eu era determinada e passei.
Eu era extremamente pobre, as meninas nem imaginavam onde eu morava .O colégio ficava na rua principal da cidade e todas elas eram do centro e eu morava no fim da zona urbana quase que rural e caminhava quilômetros todos os dias para chegar na escola.Na época eu não achava longe não era tudo muito natural.
Arranjei muitas amigas,tinha a panelinhas das riquinhas mais sofisticadas mas nos dávamos bem com muitos ...limites.O amigo secreto hoje já quase não faz parte de nossa tradição, pela distância das pessoas ou a seletividade de presentes, este evento já não tem tanta força mas naquele tempo era importantíssimo,fazia parte de nossas vidas de nosso natal....
Chegou o grande dia de escolher secretamente o amigo e a gente levava tão á sérioque não contávamos nem para melhor amiga quem era nossa amiga ou amigo secreto.
Eu só dependia de minha mãe na questão dinheiro e ela por sua vez dependia das patroas pois lavava e passava dia e noite para muita gente e muita gente também dependia deste seu trabalho.......éramos oito filhos todos crianças ,mas ela sempre dava seu jeitinho de acomodar as coisas.Foi com muito sacrifício e me lembro até hoje do presente que ela comprou....era um caneco de louça muito bonito ,grande e personalizado.Eu tive o azar de pegar uma das mais ricas ..elas eram duas irmãs as .mais frias comigo,seu pai era um grande empresário e até hoje mantem sua empresa.
No dia da entrega e das descobertas era feito um palco e cada um subia lá de chamava seu amigo até então secreto e lhe entregava o presente que abria e todos participavam do momento,este já ficava alí mesmo para chamar o próximo.... chegou minha vez....chamei a amiga e lhe entreguei o presente,acho que fiz bonito e me senti orgulhosa,aquilo para mim tinha muito valor pois tinha consciência do quanto minha mãe trabalhou para poder realizar esta façanha....
Chegou minha vez... uma das irmãs ricas  tinha me pego,a caixa era imensa eu tão pequenina mal conseguia segurar,a expectativa do público era grande pois grande era o presente.....fui eu desembrulhar,uma caixa dentro da outra e outra e outra até que chegou numa caixinha de fósforo...era um....chiclete.....não faltou gargalhadas e meu coração chorou...não pelo presente porque  mesmo sendo uma criança eu já sentia desprezo e  arrogância que hoje é chamado de bulling....ainda bem que já não teria mais aulas era fim de ano letivo,a minha esperança era que no ano seguinte ningué mais lembrasse da história.....engano meu alguns ainda iriam se lembrar por muito tempo não como eu que levo este trauma comigo....desde este dia nunca mais masquei um chiclete...e criança gosta muito e eu adorava....essa mulher hoje não sabe o quanto me fez mal,estragou meu Natal e me causou a baixa  autoestima mesmo sendo outra criança ela já carregava a maldade  e o preconceito com ela.
 A verdade é uma só ....que dá  a bofetada esquece e quem leva.....leva para sempre....
Autora :Annaterra









terça-feira, 16 de setembro de 2014

Deus foi me dirigindo.....

Para contar minha história tenho que voltar onde não queria mas não posso me esquecer porque é o que me dá forças para seguir sempre.
Morávamos num porão, meu pai minha mãe e mais três irmãos,eu com quatorze e os outros vinham atrás.A
vida não estava nada fácil e encorajadora,minha mãe era alcoólatra assumida,vivia bêbada pelos cantos e eu tive que tomar as rédeas da casa,meu trabalhava era um bom homem,com o tempo ele foi embora  e eu não o culpei era difícil o convívio.O dono do porão por pena ou por me achar esperto porque via tudo que se passava ali naquele cubículo,me chamou para ajudá-lo numa marcenaria que tinha, e me propôs a ensinar o ofício.
Antes de trabalhar eu colocava meus irmãos na escola e deixava a casa em ordem...se é que podia chamar aquilo de casa mas,era o que tínhamos para nos abrigar.
O tempo foi passando aquela vidinha pacata mas eu tinha um sonho por isso fingia não sofrer com tudo aquilo.
Eu queria encaminhar meus irmãos e me tornar alguém muito diferente de meus pais.Depois de tantas idas e vindas ao hospital psiquiátrico minha mãe se foi......fiquei com muita pena porque a coitada não sentiu o sabor da vida,ela não nos fazia falta, fui pai e mãe na casa,mas faltava algo um porto seguro mesmo que fosse tão frágil.Segui em frente ,o dono do porão e meu patrão não quis mais cobrar o aluguel então meu dinheirinho dava para comer calçar meus irmãos,vestir e até levá-los para passear de vez em quando.
Meu pai vinha sempre nos visitar era outro infeliz,nunca soubemos porque minha mãe bebia tanto,o que ela queria esquecer????? ficamos sem saber...ele deveria saber,algo que a magoou demais porque era uma boa mãe mas ausente de nossas vidas,criou um mundo só para ela.....Bem  eu seguia sempre querendo melhorar mais e mais e ver meus irmãos se dando bem nos estudos,e que fossem felizes eles me viam como pai e me respeitavam  era Deus na frente enquanto eu determinava....
A vida foi ficando colorida,eu consegui estudar o bastante para com minhas economias abrir uma fabriqueta de móveis graças ao professor que tive desde a minha infância,que era o dono do porão,graças á ajuda dele que praticamente me adotou eu me fiz um homem de bem,estudado e com uma profissão excelente.Meus irmãos cada qual foi crescendo se empregando estudando e se fizeram ótimas pessoas.
Hoje quarenta anos após toda essa tragédia me sinto com dever cumprido,eu me orgulho de mim,meus irmãos me amam e me agradecem e eu fico feliz em vê-los tão bem sucedidos.
Não sou mais empregado,eu só oriento,tenho uma grande fábrica de móveis e tenho numa parte da loja um canto onde dedico algumas horas a ensinar meninos que queiram seguir meus passos assim como fez o dono do porão eu retribuo sem querer nada em troca ....apenas  faço o que tem que ser feito,Deus esteve sempre comigo e não me deixou cair,e passo isso a meus aluninhos,conto minha história a cada um que chega com vontade de aprender....Digo a ele que um dia o caminho escuro clareia basta crer e seguir .Deus é maravilhoso e nos dirige se a gente  deixar ele pilotar nossa  vida...



Anna terra.

domingo, 3 de agosto de 2014

A ferida foi muito grande.....


                                                          

Hoje já posso falar do assunto, precisei de anos para poder tocar na ferida sem sangrá-la, preciso falar  aproveitando que percebi que já não dói mais ...que ficou no passado e eu entendo que não vivo mais lá...
Eu tinha mais ou menos quinze anos e fazia o colegial que hoje significa o ensino médio. Minha mãe então depois de ter nos criado pois éramos quatro e ela deixou de prosseguir os estudos para nos dar atenção
ela resolveu voltar a estudar e junto comigo achei super legal e todos em casa. Meu pai ,um homem distinto,amoroso,trabalhador era administrador de empresa e se dedicava ao máximo ao seu trabalho.
O casamento deles era perfeito, eu nunca assisti uma discussão entre eles que não fosse normal éramos unidos e felizes.
Para irmos á escola  que era noturna foi preciso  contratar uma van e depois meu pai ia nos buscar pois
ele chegava fora de hora mas nunca nos deixou esperando.
No recreio eu raramente via minha mãe mas, não me preocupava ela estava sempre nas rodinhas dos adultos.
Uma noite durante este período eu precisei dela e não encontrei, comecei a olhar no banheiro no jardim e não encontrei....depois ela me disse que estava noutra sala conversando.
Outra vez no recreio ela sumiu eu fui procurar e dei de cara com uma cena terrível...ela estava atrás do colégio nos braços do motorista da van.....foi demais....um homem casado,grosso,sem profissão definida
era o avesso de meu pai que era um homem bom carinhoso, fino e que fazia todos os gostos dela nunca 
precisou que ela se frustrasse por não ter conseguido seu sonho de consumo.....não era justo o que ela estava fazendo com ele..... naquele momento ela já caiu do meu conceito, eu a congelei....não falei...e também não falei nos dias seguintes.....como eu poderia  deixar meu pai saber de algo tão sujo,eu não podia, não tinha como sair da minha boca palavras que iam marcá-lo para o resto da vida....sim ele vivia para a família....
Eu me calei, mudei meu jeito de conviver com ela mas seguia porque precisava evitar questionamento e os porquês de meu pai....
O ano terminou e um belo dia ela se foi....ela acompanhou o sujeito que não tinha nada para lhe oferecer ...nem dignidade.....Nossa casa ficou triste...eu tive que ser muito forte e acalentar a todos, coitado de meu pai, por muitas vezes o peguei chorando no escritório....um dia resolvi chamá-lo para sair com minhas amigas conhecer os pais delas e enturmar para  sair do casulo...demorou mas consegui.....a essa altura eu já não vivia minha vida estava só em função de colocar a casa de pé...foi difícil...ela ficou me devendo a minha adolescência....anos depois meu pai reagiu voltou a ter ilusão e voltou a namorar e eu fiquei realizada vendo seu ânimo e sua autoestima, meus irmãos tocaram adiante seus estudos e ficaram bem também.
Eu pude então me recompor e cuidar de minha vida, eu encontrei no meu trabalho uma pessoa enviada por Deus que me completou e me faz feliz, tenho dois filhos sou uma pessoa realizada e ela.....temos notícias
sim....uma vida cheia de conflitos, uma situação financeira péssima e prova o sabor do arrependimento e eu
sem querer ser dura acho que não poderia ser diferente ,uma pessoa que fingiu ser o que não era, fez sofrer a quem sempre lhe deu tudo...me fez ver por anos a vida escura sem brilho e sem sentido nenhum, apenas depois que a nuvem negra que ela deixou se desfez é que hoje eu posso ver cores na vida e falar desse passado que nem parece que fui protagonista....







Annaterra

                                               
                                                 



quarta-feira, 4 de junho de 2014

EU NÃO CONHECI O AMOR....Será que ainda dá tempo???

Eu tinha apenas treze anos , nasci e até aquela idade morava em um sítio nos confins do norte do País.Minha infância foi interrompida por incrível que pareça com um casamento,eu não sabia nada da vida só sabia brincar e de repente meu pai por ignorância ou esperteza me cedeu ou me vendeu para o capataz da fazenda,um homem que eu mal cumprimentava.
O grande dia chegou,me vestiram de noiva e ele me levou para a igreja que ficava quilômetros e mais quilômetros dali,é difícil acreditar mas ele montou num cavalo sem trocar um dedo de prosa e eu fui á pé atrás....hoje vejo tudo muito claro,naquele dia eu não tinha a malícia de julgá-lo mas hoje sei que ali com aquela atitude mostrava sua estupidez seu egoísmo sua brutalidade e foi com ele que tive que conviver anos de tristeza... de choro...minhas idéias eram infantis o tempo em que ele ficava na roça eu terminava meu serviço e ia brincar com as meninas vizinhas, minha tristeza começava quando ele chegava.....eu nunca passei de uma máquina de fazer filho mas de tantos que engravidei só consegui ter um pois ele me maltratava e eu que era tão franzina tão frágil de saúde perdia e ao todo foram quatro graças aos safanões que ele me dava.Eu não tinha ninguém por mim,ele se mudou comigo para longe de meus pais e mesmo que eu pudesse eu tinha muita mágoa deles e sei que não poderia  contar com a ajuda deles para me salvar daquele monstro que eles mesmo teriam me entregado ou vendido....a segunda opção é a mais provável.....
A vida seguia,eu estava sem alma,vida para mim não tinha sentido nenhum,ele saía voltava não me explicava nada fazia o que queria da vida dele e eu era um objeto por isso me sentia sem alma,era o  modo que ele me  tratava.Logo que o único filho nasceu eu tive notícia que o  meu "marido" caíra de um cavalo na fazenda e estava num hospital da cidade muito mal,eu não tive vontade nenhuma de vê-lo e não fui,ele faleceu.....para mim ele nunca existiu, senti um pássaro com a gaiola aberta...sim mas sem saber o que fazer pois ele matou meus sonhos,então eu continuei sem alma.....meu filho foi crescendo e eu vivendo por obrigação ele me deixou bem financeiramente mas eu não tinha interesse nenhum pelos bens,queria minha infância e minha juventude de volta....mas estava ali a prova de minha existência...meu filho...eu tinha trinta e cinco e meu filho dezoito,um excelente rapaz,educado preparado para vida com grande vontade estudar e me amava muito.
E passei muitos anos calada sem emoção nenhuma minha família era meu filho,ele talvez não entendesse meu jeito de ser porque não conheceu o pavor que o pai transmitia.e eu nunca contei então era um moço com a alma sadia porque não tinha conhecido e nem sentido  a maldade.
Ele era meio amigo me incentivou a voltar estudar mesmo eu me achando velha para isso,fiz curso rápido para conseguir o fundamental e o médio e estou cursando enfermagem ,gosto disso mas a minha alegria ficou lá na fazenda quando eu tinha meus treze anos.Eu leio muito e vejo tantas histórias lindas de amor e eu me pergunto....será que ainda dá tempo de conhecer alguém e poder me apaixonar?como será isso?será que vou passar por esta vida sem saber o que é o amor?eu espero por este sentimento, eu preciso tirar esta mágoa de meu coração,esta má impressão de casamento que me marcou tanto ,os romances que leio só vejo sentimentos bons mesmo que não correspondido porque logo vem outra paixão ....eu preciso fazer uma faxina em meu coração e saber que posso ainda ser amada e amar como as pessoas normais,embora não me sinta mas.... sou muito jovem ainda,e vou esperar por uma luz no fim do túnel....acho que tenho este direito para compensar minha infância ultrajada....
                              
   Autora:Annaterra