domingo, 11 de julho de 2010

A gente é o que quer ser....

Ainda é muito comum se rotular as pessoas simplesmente pelo ambiente familiar,seu nível sócio-econômico  sua  
sua raça principalmente se for negra.
Mudemos os valores,os conceitos,a des
valorização do ser independe de nível social ou econômico.Atualmente por causa da facilidade de informações pela Internet ,  telejornais ou até o  jornal da cidade lemos notícias péssimas de des- caminho envolvendo os criadinhos  na maçã e frequentando ou já formados nas melhores faculdades.
O mau sujeito já nasce feito,independe da criação e meio da social  elite ou sem teto Mudei muito meus valores e conceito quando à muitos anos acompanhei a tragetória de um menino,paupérrimo,morando numa favela,e o caminho obrigatório dele para chegar na cidade era passando pelo meu.
Esse menino passava em frente de meu estabelecimento às cinco horas da manhã,ele não  tinha mais que doze anos,era jornaleiro vinha de muito longe e ao passar na minha padaria eu lhe dava um café e um pão para comer pois sabia que tinha saído de casa sem nada no estômago,naquele tempo menor podia trabalhar,hoje o menor só pode vagabundar e comprar crak,e era assim que se fazia um homem se ele tivesse vontade.
Foi assim que o vi crescer e de vez enquanto eu conseguia arrancar dele algumas palavras,até de desabafo.Morava numa favela tinha vários irmãos,mãe alcólatra e pai
desconhecido.Ele estudava na parte da tarde,a entrega dos jornais ia até antes do almoço,ia para casa tomava banho gelado e nada comia,contava apenas com a merenda
Mas eu o acompanhava todos os dias,ele nunca desanimou,fui vendo seu desenvolvi-
mento e quando teve uma certa idade eu o convidei para me ajudar na padaria.Ele acei-tou e eu arranjei estudo noturno para que não parasse porque antes de combinar já deixou claro que queria seguir os estudos que queria ser doutor,o dia que ele falou eu 
ri,achei muito engraçado a certeza que ele tinha de vida,ele tinha metas ele  sozinho
traçou  seus ideais.Com quem ele iria aprender?não tinha um exemplo em casa,como poderia ser tão determinado.
 Eu o empreguei,sabe hoje penso,foi mais para não perdê-lo de vista,eu fiquei curioso
para ver até onde ia com seus planos tão maduros.Passava os anos ele não mudava ,
animadíssimo,dali da favela ele só falava das coisa boas que via,ele dizia,tem muita gente boa,seu José,moram alí porque precisam daquele casebre para morar mas são trabalhadores,tem gente ruim também mas isso tem em qualquer lugar e eu não acom-
panho o que não é bom pra minha vida.
Conversávamos muito,minha família o apoiava e lhe dava muito valor,ele precisava desse valor pois tinha muito e tínhamos que reconhecer.O dinheiro dele punha tudo em casa para sustentar os irmãos e nos seus planos estava a vida deles também,o rapaz
era grandioso,era querido por todos,ele parecia um pai até da mãe,cuidava dela com  carinho também.
A vida se seguiu,ele buscou condições de fazer uma faculdade através de bolsa,e conseguiu através do jornal que trabalhou e fez contatos com pessoas influentes,era
 inteligente e fazia tudo de baixo do quieto,quando sabíamos ele já tinha corrido atrás de seus interesses e estava se arranjando.
Conclusão....hoje ele é promotor,mora num condomínio fechado,sua mãe saiu do alcoolismo,por si só,talvez o que a levava aquilo seria uma fraqueza,um medo da realidade, e vendo o filho se deslanchar na vida ela perdeu esse medo,todos os filhos
seguiram a trilha do irmão,que na verdade foi um pai exemplar,é uma exemplo a ser seguido e um caso a ser pensado.As pessoas são o que desejam,querer é poder é tra-
çar metas e correr atrás,uma favela é apenas sinônimo de vida humilde não vida bandi-
da,o bandido sai de qualquer nível social,basta querer.A escolha é de cada um e que mudemos nosso conceito quanto ás pessoas que não tem a sorte de poder morar bem,
elas podem também ser do bem......quem quer ser já nasce pronto....eu vi,eu assisti e hoje eu acredito muito que é caráter a base de tudo,e ele já nasce com o ser no berço
de ouro ou num chão de favela......


Autora:annaterra.
 

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