sábado, 17 de julho de 2010

Um casamento tumultuado....

Hoje o que aconteceu é motivo de goza-
ção,mas no dia foi terrível,acho que um fato inédito...
O nosso namoro era para casamento,fica
mos noivos...mas antes teve que ser aprovado pelas duas famílias,tinha disso,
se um dos membros não fosse com a ca-
ra do outro nada feito.
Nossos pais eram sitiantes e prometiam uma festa de arromba,nós queríamos um
casamento simples e rápido.tínhamos pressa de ficar juntos.Os velhos só fala- vam em gado e corte,cabritos,safra disso,safra daquilo.....e nós só ouvindo, 
ah! tinham que engordar porco também..
Meu Deus! pensava eu que demora,e eu estava já comum mês e gravidez,se eles sonhassem nos morreríamos antes dessa bicharada toda.Eu com pressa,pai não precisa tanta coisa só almoço para os padrinhos.
Mas ali era uma competição sem tamanho,cada pai queria inventar mais moda,e eu en-
gordando,competindo com os tais porcos....acho que se demorasse muito tempo eu estaria pronta e os porcos não....e bico calado.
Quando chegou aos sete meses,ninguem desconfiou porque eu já era cheia,para não di-
zer gordinha.Falei pro meu noivo,apressa seu pai,ou vamos nós marcar lá no cartório e
na igreja porque nosso problema é grande.....bem falamos com os velhos,queríamos nos casar logo porque logo ser natal e poderíamos viajar e aproveitar o natal  viajando
e o ano novo com a família......
 Foi a salvação da lavoura....toparam...chegou o grande dia,gente quanto trabalho dá  um casamento ,mas chegou o  dia vinte de dezembro. De manhã  o cartório,tudo bem,teve almoço para os padrinhos,e prá raimundo e todo mundo.
        Eu tensa,corre dalí  corre daqui,para atender a todos e precisando me arrumar para á noite,eu estava morta de cansaço......
Foi chegada a hora,a igreja repleta,eu entrei muito vergonhosa mas muito linda,iniciou-
se o casamento e o padre falando mais do que devia....de  repente começou umas ferroadas nas costas e começei a suar frio ...o padre percebeu e quis parar com a cerimônia,eu mais do que depressa disse....não padre é só queda de pressão,gente vo-
ces imaginam que situação....a pressão era nas costas..mas precisamente trabalho de parto.....pedi apenas uma cadeira para continuar,até dizer sim....eu jamais poderia perder esse pedaço....Terminou o casamento,recebi os parabéns na marra,eu ria e chorava,mas o pessoal pensava que era emoção....era dor mesmo. 
Chamei minha mãe do lado e disse para ela levar o pessoal para a festa que eu iria na   farmácia medir a pressão e talvez tomar um soro pois estava muito fraca,mas antes iria trocar o vestido,na casa da cidade.
Minha mãe concordou,não levantamos suspeita,meu noivo estava  desbotado susto,fo-
mos só nós dois para o hospital.....num é  que o bebê vinha vindo?veio de sete meses,
xereta ou não de qualquer jeito teríamos de enfrentar dali dois meses também não é?
Mandamos recado para o pessoal que se divertisse que eu estava tomando soro para ficar mais fortinha.....eu não poderia estragar a festa,e depois para onde iria tanto por -co,vaca,cabrito e outros....
Na manhã seguinte meus pais foram ao hospital e quase enfartaram...o que era para ser alegria se tornou um embaraço....perante os amigos,parentes....tava eu na boca do po-
vo,mas esse nenem  tinha que me aparecer naquela hora....Eu não tinha o que dizer para os velhos,eu só disse,se o senhor não tivesse ficado esperando engordar tanto bicho para encher a barriga dos outros tinha dado tudo certo.Eu teria engravidado casada já,
bom o que não tem remédio,remediado está.....dali dois dias eu fui para casa,tinha até
uma festinha nos esperando,mas aguenta a gozação....esse assunto deu pano prá manga.
Mas o povo vai se esquecendo,de vez enquanto alguém toca no assunto eu faço piada,
o importante é que vivemos muito bem,mesmo,com as piadas que surgiram.....a"noiva que casou sentada..." esse foi um dos apelidos.....é essa a história,pelo menos que eu saiba é inédita.....mas comigo?????


Autora:annaterra

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Acordei tarde demais.................

Precisou acontecer algo inesperado para que eu acordasse para a vida.Eu não vivia
Eu conheci minha esposa como comerci-
te,eu tinha duas lojas de tecidos e ela du-as confecções.Ali a troca de mercadorias criamos um vínculo,a as coisas foram to-
mando um rumo que acabamos por nos casar.Foi perfeito,não tivemos filho mes-
 mo porque não tínhamos tempo para filhos.
Da minha parte era uma correria  desen-
freada atrás de fazer dinheiro,o que já tí-
nha o o bastante.Não tirava férias,meu 
pensamento era que os porcos engordavam como olho do dono,hoje penso...quanta
ganância,não tínhamos para quem deixar todo aquele império,e eu deixava de viver pa-
ra aumentar mais e mais o capital.Hoje sei que eu a fazia infeliz,nós trabalhávamos junto
nunca tivemos tempo um pro outro,e aposto que ela sempre quis sair de férias,gastar  
um pouco do que tínhamos, com viagens,passeios e assim termos tempo para namorar
Eu era muito prático,não pensava assim,hoje já tarde demais vem essas certezas para me atormentar.
Quanto ao amor ela não deveria ter queixas,pois eu era um marido presente,de dia e de noite,bom presente demais até porque trabalhávamos juntos à noite nunca saía,acho que aí eu falhei.....que vida medíocre....o dinheiro era o meu senhor....e ela teria que me
apoiar nisso?fui muito egoísta,hoje sei,ela nunca reclamou, porque sabia que não iria conseguir me mudar.
Um dia na loja ela começou a ter tonturas,dores de cabeça constante e fomos ao médi-
co,para isso não me preocupei em gastar,eu a levei nos melhores.
O diagnóstico veio dias depois.....uma morte anunciada.....ela tinha um tumor no cére-
bro e não cabia um operação.Eu ainda falei eu pago que for preciso,o médico disse
que nem era questão dinheiro,pois tem coisas que dinheiro não compra.A localização
é e difícil acesso,o que se pode fazer é um tratamento palheativo e uma vida calma,tran-
quila e intensa.Tire férias e vão passear,disse-me o médico.
Toda essa conversa foi escondido dela,passei uma noite revendo minhas atitudes,caí
em mim.....prá que trabalhar tanto?para que deixar herança?para quem?se nem filho eu
quis por falta de tempo.tinha que correr atrás desse dinheiro que hoje não me devolve minha esposa....Amanheceu,eu disse a ela que não fosse trabalhar,deixasse por conta da gerente,e que eu venderia duas lojas para trabalharmos menos e nos divertir mais.
Ela muito doce,concordava com tudo,só que não era boba,só por essa minha atitude
inédita,ela já desconfiou de alguma coisa muito grave.Assim fiz,me livrei de duas lojas
deixei tudo nas mãos de gerentes,que eram pessoas super competentes mas eu tão ga-
nancioso nunca tinha confiado.
Eu acordei para a vida,cheguei em casa e falei com ela para se prepara pois poderia escolher o lugar de seus sonhos para viajarmos sem pressa de voltar.Ela riu,e também
com os olhos,mas não deixou de desconfiar de algo.ou eu enlouqueci ou o caso era
muito grave.A gente se dava demais,quase que líamos os olhos um do outro.
Ela escolheu....fomos para o exterior aproveitamos muito deixei que ela comprasse as
novidades que encontrava,foi muito bom e fui nestes dias  o mais romântico possível.
Chegamos,estava tudo bem nos negócios,mas ela teve uma recaída,como o médico já
tinha previsto....haveriam crise de tempos em tempos,até que não teria mais volta....eu
só pedia á Deus mais tempo para nos curtir.....eu nunca tinha me lembrado de falar com
ele....mas estava falando dioturnamente,implorando uma segunda chance....
Bem assim que passavam as crises a gente ia sem destino para algum lugar de encontro com a natureza,pois ela gostava muito de hotéis fazenda....fomos até ao pantanal.Ela
estava vivendo um sonho,se não fosse o pesadelo que estava  dentro de nós.Eu deveria
ter feito isso todo ano,mas precisou de um sofrimento para eu ser mais humano menos
robô....como me arrependo...E foi num hotel fazenda que ela teve a última crise,eu acho
que ela escondeu muitas dores para me fazer feliz,na verdade ela quase não curtia os
passeios,mas não deixava transparecer.
Ela teve uma convulsão e não voltou mais....Fiquei só com o dinheiro,que era muito...
Quase enlouqueci de dor e arrependimento,me perguntava porque não dei a ela uma vi-
da mais alegre,menos cansativa?mesmo que os últimos seis meses foram de glória não
foi o bastante,eu tinha que curtir com ela na saúde também não só na doença.
Eu mudei...vendi tudo e fui fazer voluntariado as entidades que acolhiam os menos favorecidos,cada dia ia em uma.Me tornei bonzinho?não, sei que não,mais uma vez visava lucro,não em capital mas de alma,aquilo me aquietava,me distraía de qualquer
forma eu era  o beneficiado.
Ela era uma pessoa que se preocupava muito com o social e eu a podava nos seus ide-
ais,e hoje faço tudo que ela tinha vontade fazer.....algo por alguem....porque não me res
ta mais nada....apenas   muito dinheiro e a solidariedade para quem precisa....são os meus herdeiros...assim fico menos triste e com uma certeza de dever cumprido....



Auto:annaterra.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Que faria eu com status?

Meus olhos verdes derramaram lágrimas o sufi-
ciente,para que eu fosse à luta.cansei de chorar 
Bem tudo começou quando,conheci um rapaz na rua,quando eu voltava dotrabalho.era bancá-
cária.Alí naquela cidade não tinha ninguém por mim,eu tinha vindo transferida de outro estado
e pagava pensão para uma família.
Eu era muito retraída,não tinha amigos,e era mesmo de poucas palavras,eu era a própria passividade.Ainda fazia a faculdade,era uma vidinha difícil em todos os sentidos.
Bom voltando do trabalho um  rapaz,ele me ofereceu carona não aceitei mas depois soube que era cliente do banco e boa pessoa.Ele continuou a me cercar,até que aceitei a carona e fui pedida em namoro e aceitei.Minha vida era muito vazia,precisava mesmo de companhia.
Eu apesar de ser adulta era inexperiente e inocente no sentido de relacionamentosNunca tinha tido nenhum,o namoro se seguiu,ele era muito gentil,não falava de família e eu não
fazia questão pois não tinha a quem apresentar ele também.Atravez de amigos de traba- lho soube que era muito rico,mas para mim tanto fazia,eu estava apaixonada por ele
 independente de ser família nobre ou pobre.
Descobri que tinha engravidado,falei com ele....qdo foi á noite me pegou na faculdade,
mas era meio de aula..ele invadiu a sala e me puxou para fora,eu não  assustei embora
vi que estava alterado ,porque confiava nele.....me jogou na caminhonete e corria tanto e por estradas esburacadas,depois eu soube que era para mim perder o bebê.Calado en
tramos num motel,ele estava transloucado,aquele não era o homem que eu conhecia....
ele berrava comigo,dizia que eu tinha que tirar a criança pois sua família estava muito brava com ele.Foi aí que pude sentir o quanto me enganei...o quanto fui idiota,inocen-
te,eu nada falei só chorei muito por todos os motivos.
No dia seguinte,falei da minha situação com o gerente e aquele tempo não éramos pro-
tegida por leis trabalhistas,era rua na certa.Naquele dia eu não parei de chorar um minu-
to.O mundo estava contra mim,a vida era madrasta.fui para a faculdade assim mesmo
como só chorava surgiram perguntas pois eu sempre quietinha na minha,todos se preo-
param.Eu contei a duas pessoas em quem confiava,disse que não tinha mais para onde ir porque o acerto eu paguei todas as dívidas e o desemprego iria durar no mínimo nove meses.Essas pessoas se prontificaram a ficar comigo,foi a mão e Deus agindo em
minha vida,e eu estrava decidida a não querer mais ele,pois o que fez foi uma prova de mal caráter.Fui morar com uma das pessoas que me   acolheu,mas fui logo falando eu ajudo na casa para não precisar pagar mais empregada.,eu não queria ser aproveitadora,
queria pagar minha estadia de alguma forma.
A minha colega de classe lógico não aceitou minha proposta,queria mesmo me ajudar, 
achava uma boa moça que tinha caído no conto do bom moço....Passaram-se quatro meses ele apareceu,eu disse que não precisava dele.....enfurecido foi embora cantando
pneu....Dalí a pouco apareceu um carrão com motorista particular e desceu uma senho-
ra soberba,queria mostrar que nasceu em berço de ouro....mas não tinha berço.....inva-
diu a casa e arrancou meu baú de enxoval,todos meus pertences e jogou no carro...eu
e a dona da casa ficamos estáticas,totalmente inerte diante de tamanha ousadia....a rica-
ça foi logo dizendo que a família dela era tradicional,e que não iam passar por uma des-
feita,nunca ninguem ousou desprezar um filho dela,eu teria que me casar com ele.Eu não tive saída,e para não complicar a vida da família que eu estava, fui para a casa dele.
Lágrimas e mais lágrimas...fui como um gado para o abate...fiquei lá...sofri humilhação,
nem preciso dizer todos imaginam .Marcaram o casamento na sala deles para ninguém saber,só chamei as duas pessoas que me ajudaram,e eles a família entre pais e irmãos
de fora era só o juiz de paz.....
Foi uma palhaçada,separação de bens lógico,mas eu não queria nada mesmo,nem casar.
 Na hora do sim,a irmã completou depois do meu sim.....ela queria status....Em mim não tinha mais o que doer se referindo a alma,mas aquelas palavras ficaram e eu até tirei
proveito,criei uma força dentro de mim que não sabia que existia....e pensei....você vai
ter que engolir essas palavras...a vai.Aguentei tudo calada,fiquei morando com eles,e
me preparando para dar a resposta a família...Eu mudei por dentro,a tal força veio a tona..tinha me sobrado algum dinheiro do acerto e fui nos atacados e fiz uma grande compra de enxovais e comecei a ir nos bancos,opessoal da faculdade,todos compra-
vam,comecei a vender jóias,eu não parava e ignorava  aquela família para mim não existia.
Trabalhei a gravidez toda,guardei o dinheiro já que eram tão ricos não precisavam do meu.Nasceu um menino,eu e ele era a escória.....com o tempo fui notando que meu ma-
rido era dupla personalidade,um dia tava de um jeito outro de outro,eu fui prestando
atenção.Bem arrumei uma casa e me mudei,aí fui conviver com ele de verdade sem fa-
mília para meter o bedelho.Ele entrou em profunda depressão,não ia mais para as empresas do papai,só queria dormir e eu trabalhando,tudo que aparecia eu fazia,era fei-
to louca,trabalhava dia e noite,tinha uma meta....fazer a irmã dele engolir o tal status,a
coisa foi piorando pro lado dele,fomos para outra cidade eu abri um restaurante,ele ca- 
da dia pior.Chamei a família e contei o que se passava,eu estava sustentando ele  que   
que tinha status e eu não podia continuar......a família o colocou numa casa de repo-
so para doentes mentais,conversando com uma tia dele,ela me disse que ele era de fato esquisofrénico e que de quando em quando eles o internavam.....que ironia....então comprendi tudo....o porque a soberba fez questão de que eu me casasse com ele,que-
ria se livrar da cruz,e ainda não me deu nenhum valor,agiu como se tivesse me fazendo um favor..como me pisotearam,fizeram isso até minhas lágrimas secarem e se transfor- mar em briga com a vida.....sabe que sem querer eles me ajudaram?me fizeram ver meu potencial,minha fibra,meu talento para negócios...o feitiço virou contra o feiticeiro.O
que acontecia com ele não me interssava,desde o dia em que me ofendeu,me espesi- nhou por causa de meu filho..alí ele acabou para mim,e a família nunca chegou a re- presentar mais do que um povo fùtil,que visava posição social e não o ser humano.
Conclusão,o dinheiro deles foi se acabando com os internamentos, e um outro filho que vivia nas drogas caras.Eu fui cada vez mais para frente,mas sem ilusão da rique - za,[ mas para o futuro meu e de meu filho,para termos uma vida dígna e não status isso para mim era pura bobagem..Continuamos a viver juntos,ele era agarrado em mim
passou  a me valorizar,mas tarde demais,eu não sentia nada por ele a não ser pena,eu viajava muito para negociar,virei o chefe da família,ele se entregou a depressão e tanto
fazia vida para ele,não trabalhava,mas me pedia muito para nunca deixá-lo...foi indo a
situação ficou insupotável,pois eu era casada mas era o carro chefe,então ele concor-
dou  em   voltar para casa do status que a essa altura estavam sem nada,tinham vendido
até fazendas para livrar o outro filho da prisão,ele  foi a gente não brigou,temos amizade
mas ele vive um mundo que é só dele, e meu filho e eu o respeitamos,mas nossa família
é composta de duas pessoas....meu filho e eu........sem status....

Autora:annaterra


 

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eu era apenas uma criança....

  Hoje sou um homem feito,sou bem casado e tenho dois filhos.
 Uma tragédia me transformou por den-
 tro,tenho um pesadelo no meu interior
que só eu sei.Esse tormento eu carrego
sozinho,nunca contei á minha família,
nova família,se sabem eu não sei,mas de
mim nunca ouviram.Nunca tive a cora-  gem de tocar nesse assunto que destruiu
minha primeira família.
Eu morava em outro Estado,onde tudo  
aconteceu.A minha vida foi toda mudada 
por causa desse fato.
Eu tinha oito anos e era filho único ,mui-
to amado,meus pais se davam muito bem e ambos trabalhavam.Eu tinha uma vizinha 
muito querida,era adolescente,ela era minha babá desde sempre,eu a via como amigui-
nha e mãe,não sei se primeira ou segunda pois o amor que me dedicava era muito de
mãe e eu a amava demais.Quando ela chegava eu sempre queria mostrar algo novo ou
brincadeira nova,eu ficava feliz.
Uma manhã eu vi que ela chegava corri para o quarto e vim pra sala todo feliz mostrar
a arma do meu pai que estava na gaveta do criado....quando cheguei na sala,só levan-
tei o brinquedo o que para mim parecia,eu não sei o que aconteceu,eu caí para um la-
do ela pra outro e a arma voou da minha mão,eu não entendi,fiquei caído,assustado,as
pessoas vizinhas correram la,em casa para socorrer,era uma confusão,meus pais chega-
ram todos preocupados fazendo perguntas  eu em estado de choque queria saber da mi
nha amiguinha,eu só gritava ,meu pai correu para o hospital,enfim uma verdadeira tragé-
dia.Fui levado para uma casa diferente para evitar mais confusão,eu calado,meu pai me deixou lá e foi resolver os problemas.Olha gente vocês não tem noção do que foi aqui-
lo que dia infeliz.... Dali em diante nossa vida mudou....a menina estava em coma,nós
precisamos nos esconder dos curiosos,dar satisfação a justiça,meu pai foi processado,
minha mãe não ia mais trabalhar por causa dos comentários.Foi um caos.Eu não deve-
ria ter acordado naquele dia fatídico,relembrar me dói,me sinto culpado por tudo,tive-
mos que recomeçar em outro lugar porque todos me olhavam com olhos acusadores,
fui rotulado,e nem precisava,porque embora eu tivesse pouca idade tinha muito amor.
 Jamais faria mal a alguém, o que aconteceu para mim já era o bastante nem precisavam
me acusar,eu próprio me acusava.
Bem a menina foi melhorando,mas mesmo assim a gente já estava em outra cidade, e    
meus pais passaram a se acusar a se desentenderem até que se separaram,tudo por um erro meu . Eu ouvia eles discutindo ela dizia que ele não deveria ter deixado a arma à vista,e ele a culpava por não ter sido uma mãe presente,e assim foi até que fiquei só com  minha mãe.                     
Eles foram punidos por mim,eu tinha medo de perguntar como ia minha amiga mas ouvia minha mãe no telefone com as pessoas dando notícias.Ele perdeu um rin mas ficou bem,mas para mim nada estava bem,eu não tinha coragem de vê-la nem pedir per-
dão.Eu me lembro que sozinho no quarto eu chorava baixinho e falava como anjos pa-
ra me perdoar e curar minha amiga...e graças á Deus o dano não foi pior.Mesmo não
tendo acontecido o que todos temiam eu não poderia mais encará-la.
Eu sofri muito e por todos os motivosAlguns anos depois eu recebi em recado dela dizendo que me amava e entendia que eu não fiz por gosto,eu não sabia o que era peri-
go ou não.Minha mãe se casou de novo teve outro filho,meu pai também,e eu como fi-
quei....no meio da destruição de duas famílias,sim porque eu destrui a família da minha
amiga também......Meu Deus como dói  a culpa...como é difícil você saber que por sua causa tanta gente sofreu....eu estou contando para jogar para fora um pouco de triste-
za....tenho muito cuidado com os meus filhos,e sou observador justo porque quero en-
tender uma criança na idade em que eu estava...vejo o quanto são frágeis e inocentes,só
pensam coisas boas,nada de mal pode acontecer no entender deles, e assim eu era....na
da diferente,apenas uma criança que amava sua babá.....
Só a pouco tempo tive coragem de procurá-la por email.Eu não sabia o que dizer,deixei minha alma fluir e coloquei todos os meus sentimentos,falei de culpa de arrependimento
e de amor.Ela me respondeu com bondade,compreenção e saudade....e ainda me disse
eu quero muito te ver,quero conhecer tua família e quero que conheça a minha,nunca  
mais fale de culpa,você já sofreu demais por algo que não fez....não foi maldade.....era
apenas uma criança.....e criança não tem maldade .....




Autora:annaterra


                  


       

terça-feira, 13 de julho de 2010

Vou regar esse jardim eternamente....

Vou abrir meu coração, para um grande amor que se foi,mas para mim está apenas adormeci-
do.O  sentimento que nutríamos juntos era mui-
to grande,mas agora estou só.  
Escrevo para mim mesma,mas o que escrevo é como se ele estivesse lendo,eu acredito numa reviravolta,enquanto isso vou conversando com
meu diário.
Mais uma vez dedico algumas páginas de meu diário  à você,e a todo minuto meu pensamento,
só que agora menos triste porque aos poucos fui compreendendo o que queria que eu ente-desse.....que já não me ama mais....digo menos triste porque eu já sabia mas não queria crer e agora me dei conta de que é verdade,o seu co-
ração não é mais meu...e não voltará  mais co-mo me disse.Mas se um dia numa dessas voltas que o mundo dá, se você quiser voltar  para meus braços eu o aceitarei ,porque eu vou conseguir apenas abafar este sentimento ,ficará escondido,apenas adormecido,mas o nosso jardim pode florir novamente porque  restou um botão de rosa que eu vou regar .
Depois que você se foi e eu assumi a verdade,consegui formar um novo jardim em meu coração,uma chuva caiu e se fez um lindo jardim,não tão grandioso como era o nosso
mas estou regando com carinho para que floreça mais e mais.Igual ao nosso... jamais.
Aquele que construímos juntos eu conservei um botão,não tem como esquecer o que
vivemos.Estou zelando muito bem dele porque é uma marca do início e o fim de um
 grande amor que se foi deixando para trás marcas,e muito boas então nãoé  justo que
o destrua totalmente,vivemos um amor intenso não dá para não lembrar e  não querer conservar um botão.
Como eu mesma disse o mundo dá muitas voltas e numa delas poderemos nos reencontrar....também por isso,por essa esperança é que eu o cuido  todos os dias, porque se uma volta acontecer,ele não esta mais só .....serão muitos botões se abrindo.Mas também há uma grande possibilidade de nunca acontecer isso.Então enquanto espero o que talvez nunca  aconteça.....vou cuidar deste novo jardim que tenho agora com muito mimo,hoje sou quase feliz,como fui ao seu lado .,e vou cuidando deste novo jardim......desta nova ilusão...mas porenquanto não posso te di -
zer adeus...enquanto existir este botão....


                                            



Autora:annaterra




segunda-feira, 12 de julho de 2010

O troco.....

Meu casamento era perfeito,eu acredita-
va....nunca me passou pela cabeça que
pudesse ser diferente.Um homem dedicado,sério,extremamente cavalheiro
enfim era o marido que pedi à Deus.
Nos dávamos bem até demais,a confian-
ça que eu tinha nele não me deixava nem
sonhar com uma traição.
Um dia caí do cavalo,como diz o ditado,
minha vizinha bonitona estava de caso com ele,fiquei sabendo de fonte segura,e
parti o coração mas,não desci do salto,e
sim agi como uma dama.Conversei com ela ,me pediu desculpas disse que perdeu a cabeça,eu lhe disse que,não era a cabeça era a dignidade pois era minha companheira de comer em minha mesa,olhando nos meus olhos,acho que bastou,fui calma e curta.No mesmo dia fui conversar com meu amado e respeitado marido....ele até chorou,disse que foi um deslize e que jamais fez pensando  em me magoar porque me amava demais e não queria me perder,ajoelhou a meus pés,que cena ridícula....eu  estava tão machucada que não conseguia chorar para desatar o nó da garganta,eu esta-va vivendo um pesadelo.Conversamos muito e chegamos a conclusão de que iríamos alugar a casa e iríamos para um apartamento que tínhamos no centro ,fiquei magoada muitos dias,depois pensei em não deixar ninguém estragar minha vida que até então era um mar de rosas.
Eu disse ao meu marido,vamos recomeçar do zero,só que aquela confiança,e o respeito
não sei se serão os mesmos.
Ele fez juras de amor,e agradeceu a segunda chance.Passaram -se uns dois anos,fiz bastante amizade no prédio,embora muitos já conhecia,tinha uma amiga de infância que
morava lá e tinha duas mocinhas que vi crescer.Bem o passado não foi esquecido mas foi adormecido,e caminhávamos como um casal novamente "vinte".Uma certa manhã,
meu marido de férias e eu sempre gostei de ir ao super mercado sozinha.
Quando estava olhando as prateleiras me lembrei que pudesse ter deixado o ferro ligado,resolvi voltar porque era perto e  tudo para mim tinha que ser visto e não ouvido.Não adiantaria eu ligar e falar com meu marido,eu queria ver o ferro ligado ou não.Abri o apartamento de repente e o que estava pegando fogo não era o ferro......o que eu vi....a filha da vizinha que crescer, aos beijos com meu marido na sala....olha se eu sofresse do coração teria morrido....ela saiu correndo,ele mudou de cor....eu só consegui dizer....vai ter troco....
Essa foi a última vez que me apunhalou pelas costas,não vou dizer a segunda,porque
a essa altura,foi só essa que eu e as outras?quantas seriam?ele quis argumentar,mas eu coloquei o dedo indicador nos lábios e disse .....calado.....Aquela noite não dormi,
pensei,pensei e cheguei a conclusão de que tinha um ex apaixonado por mim e eu po- deria dar o dar o troco...sim.
Não falei mais como meu judas escariódes,estava manso,não tinha como me fazer acreditar noutra história,pois eu ,graça à Deus ele me mostrou a verdade,porque até
então era disse me disse..Passei a sair me arrumar mais do que do costume,não avisava
entrava e saia como se eu morasse sozinha.Eu realmente não estava nem um pouco com vontade de olhar para cara dele,parecia  um estranho,nunca pensei em me sentir
assim diante do homem....único homem da minha vida.A gente ouvir dizer e ver há uma
diferença gritante,e faz sua alma gritar também,é dolorido demais,inexplicável.
Comecei a sair, e numa dessas saídas encontrei meu ex namorado era um apaixonado
Sentamos  num bar com música ao vivo e lhe contei toda minha vida.Ele se mostrou solidário mas sei que no fundo se alegrou e se encheu de  esperança.   Começamos a sair,eu  tinha sede de vingança ,queria que  meu marido sentisse na pele o que eu senti,não escondi minhas saídas,ele não tinha mais o meu respeito.
Uma noite fomos dançar eu e o ex,e as coisas foram esquentando,o corpo colado demais,e depois do baile esticamos e ficamos à vontade em seu apartamento,a conver- sa foi ficando picante os gestos,as atitudes....até que saí correndo.me detestando pelo que estava prestes a fazer....ele correu atrás de mim e me questionou  do porque da fuga... eu expliquei que não era justo para com ele ser usado para uma vingança que era só minha e nem seria justo eu me sentir suja para o resto da vida por alguém que não me respeitou e que não merecia a minha decadência.Não vou jogar o mesmo jogo sujo deles,não posso me igualar mesmo porque ,não é do meu feitio trair isso é muito sujo. Mas me espere,vou resolver minha vida,vou deixar o passado e será fácil te amar .Sinto
que com você vou ser muito amada ,mas  dê um tempo  porque preciso aprender a te amar não só apenas te usar para dar um troco....
 Voltei para casa e falei com meu querido marido que ele ficasse sossegado que eu não
 o desmoralizei,eu jamais faria isso, só que dessa vez seria diferente,eu sairia sozinha e iria me refazer e estar pronta para amar de novo só que uma pessoa que merecesse o meu amor e o meu valor....

Autora:annaterra

domingo, 11 de julho de 2010

A gente é o que quer ser....

Ainda é muito comum se rotular as pessoas simplesmente pelo ambiente familiar,seu nível sócio-econômico  sua  
sua raça principalmente se for negra.
Mudemos os valores,os conceitos,a des
valorização do ser independe de nível social ou econômico.Atualmente por causa da facilidade de informações pela Internet ,  telejornais ou até o  jornal da cidade lemos notícias péssimas de des- caminho envolvendo os criadinhos  na maçã e frequentando ou já formados nas melhores faculdades.
O mau sujeito já nasce feito,independe da criação e meio da social  elite ou sem teto Mudei muito meus valores e conceito quando à muitos anos acompanhei a tragetória de um menino,paupérrimo,morando numa favela,e o caminho obrigatório dele para chegar na cidade era passando pelo meu.
Esse menino passava em frente de meu estabelecimento às cinco horas da manhã,ele não  tinha mais que doze anos,era jornaleiro vinha de muito longe e ao passar na minha padaria eu lhe dava um café e um pão para comer pois sabia que tinha saído de casa sem nada no estômago,naquele tempo menor podia trabalhar,hoje o menor só pode vagabundar e comprar crak,e era assim que se fazia um homem se ele tivesse vontade.
Foi assim que o vi crescer e de vez enquanto eu conseguia arrancar dele algumas palavras,até de desabafo.Morava numa favela tinha vários irmãos,mãe alcólatra e pai
desconhecido.Ele estudava na parte da tarde,a entrega dos jornais ia até antes do almoço,ia para casa tomava banho gelado e nada comia,contava apenas com a merenda
Mas eu o acompanhava todos os dias,ele nunca desanimou,fui vendo seu desenvolvi-
mento e quando teve uma certa idade eu o convidei para me ajudar na padaria.Ele acei-tou e eu arranjei estudo noturno para que não parasse porque antes de combinar já deixou claro que queria seguir os estudos que queria ser doutor,o dia que ele falou eu 
ri,achei muito engraçado a certeza que ele tinha de vida,ele tinha metas ele  sozinho
traçou  seus ideais.Com quem ele iria aprender?não tinha um exemplo em casa,como poderia ser tão determinado.
 Eu o empreguei,sabe hoje penso,foi mais para não perdê-lo de vista,eu fiquei curioso
para ver até onde ia com seus planos tão maduros.Passava os anos ele não mudava ,
animadíssimo,dali da favela ele só falava das coisa boas que via,ele dizia,tem muita gente boa,seu José,moram alí porque precisam daquele casebre para morar mas são trabalhadores,tem gente ruim também mas isso tem em qualquer lugar e eu não acom-
panho o que não é bom pra minha vida.
Conversávamos muito,minha família o apoiava e lhe dava muito valor,ele precisava desse valor pois tinha muito e tínhamos que reconhecer.O dinheiro dele punha tudo em casa para sustentar os irmãos e nos seus planos estava a vida deles também,o rapaz
era grandioso,era querido por todos,ele parecia um pai até da mãe,cuidava dela com  carinho também.
A vida se seguiu,ele buscou condições de fazer uma faculdade através de bolsa,e conseguiu através do jornal que trabalhou e fez contatos com pessoas influentes,era
 inteligente e fazia tudo de baixo do quieto,quando sabíamos ele já tinha corrido atrás de seus interesses e estava se arranjando.
Conclusão....hoje ele é promotor,mora num condomínio fechado,sua mãe saiu do alcoolismo,por si só,talvez o que a levava aquilo seria uma fraqueza,um medo da realidade, e vendo o filho se deslanchar na vida ela perdeu esse medo,todos os filhos
seguiram a trilha do irmão,que na verdade foi um pai exemplar,é uma exemplo a ser seguido e um caso a ser pensado.As pessoas são o que desejam,querer é poder é tra-
çar metas e correr atrás,uma favela é apenas sinônimo de vida humilde não vida bandi-
da,o bandido sai de qualquer nível social,basta querer.A escolha é de cada um e que mudemos nosso conceito quanto ás pessoas que não tem a sorte de poder morar bem,
elas podem também ser do bem......quem quer ser já nasce pronto....eu vi,eu assisti e hoje eu acredito muito que é caráter a base de tudo,e ele já nasce com o ser no berço
de ouro ou num chão de favela......


Autora:annaterra.